quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Faux-Lux
O mundo é tão bonito e azul.
Não há sol. Não há nuvens. Não há projeção.
O infinito virou sinônimo de negação de uma realidade.
Pessoas buscam um outro 'eu' agora
Procuram glória pra matarem sua sede
Auto-afirmação não existe do lado de fora.
A humanidade é deixada embora - para trás nada fica, nada seduz.
Das trevas da humanidade, a ignorância e ódio fingem que são luz.
Eclipse.
Teimosia
Você no meu lugar?
Nos dias que tentei conversar, sentindo que algo não ia bem - ficando na dúvida se insistia ou não; com receio de parecer intransigente, de não confiar no que dizia ou no que tinhamos.
Você no meu lugar? Sendo diferente de tudo imaginável e tentando me adequar à um mundo do qual nunca fiz parte ou almejei fazer. De ser empurrado hábitos e coisas para fazer; expectativas e desejos para corresponder; suprindo todo o mundo para uma pessoa que quis dele se abster.
Poderia continuar nessa mesma linha de raciocínio; mas seria inútil e desnecessário. Em nenhum momento cobrei por nada; exigi ou esperei por algo do qual não pudesse me suprir. Seu amor me supria; e era feliz. Meu amor sozinho não bastava; seu ideal de amor era diferente - diferença que colocava em jogo diretrizes em relacionamento, que se as seguissem, deixaria de ser espontâneo.
Muito fácil analisar tudo de um ângulo apenas; deixar qualquer viés pra trás e enxergar a situação de forma madura, onde todo mundo tem sua parcela de responsabilidade no que houve. Diferente de você; não me eximi delas. E estive disposto à um novo começo.
Recomeço do qual seria apenas possível mediante um acordo desproporcional; insentando-se de qualquer influência do qual teve no passado e consequentemente, no futuro.
Tudo poderia ser resolvido; desde o início, com uma conversa - como a daquele último dia, onde tudo fluiu com calma e respeito mútuo. Respeito que, da sua parte, foi rompido no momento que optou ser grosseiro comigo ao invés de manter um diálogo amigável - requesição inclusive sua; do qual no meu melhor, procurei atender até tal instante.
Uma conversa. Franca e aberta; sem receios ou dúvidas, sem medo ou hesitação qualquer de reparar um relacionamento com potencial.
Relacionamento que; da sua parte, teve apenas motivação de esquecer um ex. E ainda assim, condena-me sem olhar para si mesmo - do quão também errou e me magoou. Ainda assim; não vejo porquê jogar coisas na sua cara e alimentar mais ódio e sofrimento.
Eu estou bem comigo mesmo. E você? Espero que sim. Se não; fique. É o melhor que pode fazer por mim. Quero vê-lo bem mais do que qualquer coisa.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Última Mensagem
Incrível o quão fácil é destruir algo.
Tão fácil; que basta apenas uma atitude ou palavra mal-dita; tornando-se enfim maldita, para que caiam máscaras e personas caiam; para que todo o respeito se perca - para que todo o amor que existia passe a parar de pulsar.
Amor não é difícil. O ser humano que complica; que faz questão de se sabotar por puro medo: medo de descobrir que não existem dificuldades maiores do que o cultivo mútuo do amor.
Amor não é cobrança; nem alimento do ego. Não é título ou preenchimento de um vazio que só o próprio indivíduo pode suprir. Amor é respeito e partilha: dar sem pedir nada em troca.
Amor também é desinteressado: você o dá sem intenção de recebe-lo de volta. Se genuíno o amor, você o recebe em dobro. Se verdadeira a recíproca; não há o que justifique ter dúvida e receio - porque o amor é maior que qualquer insegurança e fragilidade.
Amor é amor incondicional - não existe "meio amor" ou "só um pouco" dele. Você ama ou não ama. O verdadeiro amor transcede distâncias, diferenças, defeitos e dificuldades. O amor em si é a maior prova de vitória que poderá ter frente à qualquer problema.
Amor é o que eu sinto por você; até os dias de hoje. Amor que independente de idealizações ou utopias. Amor que nasceu quando descobri que sim, você é uma pessoa boa e capaz. Amor que não morre; mesmo com cada palavra e gesto que me machuca. Amor que não precisa de mais nada para existir; nem mesmo do seu em troca.
Destruiu-te assim, tão facilmente: cego por viver num mundo de fantasias onde pessoas não são reais - onde cada alma-gêmea é de fato gêmea em todo pequeno detalhe. Mundo de fantasia onde não existe individualidade e livre-arbítrio; prisão perpétua das próprias amarras que coloca dentro de si para não sofrer.
Destruiu-te assim, esquecendo da própria felicidade. Esquecendo de que não vivemos em função do nosso próximo. Esquecendo de tudo que fizemos quando eu acreditava que realmente me amava; esquecendo também que ambos prometemos nunca desistir.
Destruiu um futuro; destruindo o presente: tamanho era o medo dentro do seu coração; de talvez ir contra tudo e todos em nome do nosso amor. Medo de nunca mais ser aceito; nunca mais ser procurado, de ser esquecido. Medo de cravar a própria independência e uma etapa nova na própria vida.
Pior ainda: destruiu a própria autonomia e amor-próprio; quando submete-se à aprovação de terceiros para guiar o próprio livre-arbítrio. Não adianta ama-lo - é preciso que todos os demais confirmem isso para você.
Destruiu com mais ainda sua força interior; quando em suas atitudes deixa-se dominar pela fraqueza e pela opinião alheia. Quando és tão cego; que muitos dos que lhe são próximos não hesitam de prestar-lhe um olho - usando-te como melhor conver; para preencher também, o vazio abissal de cada um destes.
Destruiu também os próprios conceitos não só de amor; mas também os de amizade - quando não apenas duvida de mim; mas dos tão ditos amigos. Amizade, assim como amor, não prende - não é egoísta: ilumina nossos caminhos; aquece nosso coração - e tem como único objetivo a felicidade mútua de cada envolvido.
Destruiu tanto - e em tão pouco.
Terá de construir cada conceito e ensinamento sozinho. Do contrário; permanecerá em ruinas - aos pedaços. Fragmentado e confuso; repelindo qualquer chance de ser feliz de uma maneira inteligente e saudável.
Evolução não se força. Fica a seu critério.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
1.02
[...]
É o preço da minha escolha: Deus veio, e perguntou: "escolha: quer ser feliz, ou inteligente?"
Não dá pra voltar atrás.
Pessoas inteligentes podem ser felizes, mas normalmente, aquilo que a faz é pequeno, conformista e limitador - a falsa sensação de segurança que prende e não te deixa evoluir. A dor e o sofrimento são o caminho, e aquele que hesita morre.
Felizes jamais seriam inteligentes; deixariam de sê-los ao sairem de sua zona de conforto.
Ignorância é benção, e a miséria adora companhia - por isso temos a sociedade, que se aglomera numa falsa busca de esperança, que só traz decepção.
Pessoas buscam em outras aquilo que deve ser procurado em si mesmo: autonomia, um motivo pra continuar vivo.
A vida é uma mentira.
[...]
Quando tudo a nossa volta traz desânimo, e em casos extremos, uma vontade constante de socar qualquer um que sorria, descobrimos que nosso controle emocional só depende de nós mesmos - tolos aqueles que buscam preencher esse vácuo em outros.
Evolução independente de felicidade.
sábado, 16 de agosto de 2008
Clean State
Será que simplesmente falo mais em "ódio" do que amor?
Negativo ao positivo, mesmo eu sendo uma pessoa, naturalmente... feliz e otimista? (sim.)
Se você olhar direto no abismo, o abismo te olha de volta.
Não que eu procure o ódio, as trevas, a infelicidade. Mas a melhor forma de entende-lo é enfrenta-lo sem medo, da forma mais direta possível.
O desafio não é mergulhar no piche, e sim sair lúcido dessa lavagem cerebral.
A exigência de ser amado é a maior das pretensões. Ninguém quer ser odiado. O humano já teme o amor, quanto mais o ódio.
O humano não sabe lidar consigo mesmo - não consegue se amar. E não se dá ao luxo de se odiar um pouco - de se criticar. De estuprar sua psique ao máximo, desnudando todo o 'eu' dentro do íntimo. Todos possuem medo das trevas. É inadimissível que tenhamos trevas dentro de nós, não? Mas só conhecendo essas trevas que nos conhecemos - nossas origens, nossa sombra - o princípio primordial de nossa natureza humana. O humano não é deste mundo: veio para buscar nele um aprendizado maior.
Abrace o monstro dentro de você - não tenha medo dele. Ele parte dessa essência que você precisa transmutar. A mais sincera e por incrivel que pareça, a mais bonita de dentro de ti.
Ele é você como veio ao mundo - rústico e erudito, tal qual como um diamante bruto esperando ser lapidado. As convicções hipócritas da tão-dita verdade são mais perigosas que a mentira.
E que mentira?
Tudo aquilo que não é verdade - tudo aquilo que é contra a lei do "bem religioso".
Abrace a mentira dentro de você. Cultive seus demônios. Os domine. Seja o juiz da sua vida. Não há limites - eles apenas existem se deixarem que sejam impostos. Não há vitória contra a vida - deve-se existir harmonia e auto-controle. Conhecendo tudo aquilo que lhe é treva; transformando-o em luz e aprendizado.
E o Diabo Canta
E o diabo canta enquanto Deus não escuta e não faz questão de ver;
O diabo canta enquanto o homem xinga à própria sorte, culpa Deus de ser injusto e não misericordioso.
O inferno brilha com o devaneio do ser humano: o desespero é alegria, a tragédia é a rapsódia que toca no IPod do demônio: o homem esquece de Deus, esquece de si mesmo; de seu livre arbítrio, de sua fé e de sua própria origem. E vira graça da própria ignorância, instrumento do mal que acaba procurando. Servindo ao diabo, o homem regozija-se - não é mais dono do próprio destino, porque ele nunca foi merecedor deste último.
E o diabo canta alegremente. É procurado. É idolatrado e venerado. Ele é bem vindo no coração dos homens. Sua chegada vira festa, seus atos se transformam em gozo. Sua presença é mais que requisitada: ela é a luz trevosa que a humanidade deposita suas esperanças.
O mal é semeado nos lares das famílias da Terra, cai em desgraça valores fervorosos. Em desuso entra respeito, o medo da morte continua em cada leito. O ser humano se contradiz, procurando seu fim, e temendo ainda o fim de si próprio. Procura a morte pra se salvar do mal, ora procura o mal pra se salvar da morte e ser imortal.
Enganam-se a si próprios: o mal é cada um.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
A Miséria Adora Companhia
A infelicidade é que une os seres humanos, nota?
Pessoas felizes são independentes, auto-suficientes - amigas da solidão desejada, do momento à sós consigo mesmo - unindo produtividade e consciência de si e do mundo lá fora. Não é necessário ser misântropo. Transceder os próprios limites é deixar o lado humano de si - o bom e o ruim.
Não é tentar ser Deus - apenas dominar a própria capacidade evolutiva. E sem depender de nada nem ninguém.
Enquanto ouver o diabo no imaginário das pessoas, ou o Deus injusto - ou simplesmente, a falta de crença em ambos, as pessoas terão medo. Medo de virar pó, ir pro tão-chamado Inferno ou simplesmente agonizar num quartinho mofado e feliz sozinho - o medo move os seres humanos; adiciona desejo à linha do tempo de cada um.
E todos seguem seus medos - todos se unem pelo medo, pela tragédia, pelo infortúnio coletivo. Banais se encontram, num mundo de iguais: onde todos são fracos e miseráveis.
Solidariedade? Utopia. É medo. Medo de ficar sozinho.
Casamento? Sexo freqüente sem necessidade de justificativa. Filhos? A necessidade moral de procriação. O prazer é negado, o lado humano mais profundo e também mais negro, também. Medo de adentrar-se nas origens de cada sentimento e sensação. Medo de viver ao máximo à vida, que constantemente, limitada por regras do quais sempre se querem quebrar.
Ser diferente não é mais é ser autêntico. Ser diferente é modismo, numa busca deturpada às avessas da aceitação - uma busca de um desafio à ordem, que sem sucesso, só resulta em vexame e fracasso.
Pessoas se aglomeram. A miséria adora companhia. Ela te quer. Vai bater na sua porta e não limpar os pés no tapete, mas sim em você - e sem cerimônia, ela tenta te dominar. E consegue.
O ser humano não tem ainda a nirvana da inteligência emocional - e pra sanar isso, embarca numa jornada quantitativa. Esperando que a quota da I.E seja suprida na mesma demanda de um resultado de auto-conhecimento. Falha. Falha e conflito. Quando se quer ser aceito, mas ir contra tudo e todos.
Realidade é a miséria: você foge; você acaba participando de um mundo que não é justo - de um mundo efêmero que se acaba quando seus órgãos param de funcionar. Ninguém vai ser justo com você - fato. Mas ainda é de importância desenvolver uma moral egoísta - indulgência é Deus - Deus na Terra são nossas atitudes.
Somos o Deus da nossa vida. Se ela é miserável, fruto do seu Deus - livre-arbítrio cego, sem rumo, afogado num viés orgulhoso e covarde.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Review n' Interview
MSN. Um dos fakes do qual tenho. Estava por lá. Deixo-os ligados enquanto faço alguma coisa no PC. O que vier é lucro. Ou não.
Mas sairam palavras interessantes minhas. Afinal, o blog é centrado em mim, obviamente, o foco teria que ser eu, não?
Feliz isso então.
Por questões de faux-ética, o usuário do qual conversei será identificado como 'viado' - porque de fato, ele é um viado.
[...]
viado: vc tem muitos amigos?
rot: pra mim, é desnecessário ter vínculos
viado : porq? é bom.
rot: não me é relevante. logo, não vou correr atrás de algo que não me irá acrescentar
viado: vc só faz coisas relevantes?
rot: óbvio.
aquilo que me acrescenta algo, ou do qual saio ganhando alguma coisa. não existe 'despretensão' ou altruismo. é ingenuidade achar que sim. interesse é o que move esse lugar chamado Terra.
viado: nem tudo se faz por interesse.
rot: tudo se faz por interesse
[...]
viado: cmo vc se diverte?
rot: à custa dos outros lol
Falando sério, maioria das vezes, individualmente - lendo, jogando algo, dormindo, escrevendo; saindo e/ou perambulando por algum lugar
viado: não se diverte com outras pessoas? sem ser sexo?
rot: e sim, à custa delas; não necessariamente que elas estejam se divertindo junto.
viado: não sei, me diz; vc podia tentar as vezes, se divertir junto com as pessoas. é bom, tenta.
[minutos se passam em lenga-lenga em torno disso - emocionante]
rot: Viu como é útil discutir isso
Mudou a nossa vida
viado: tá, então fale de algo que mude minha vida.
ou a sua
já que parece ser tão egoísta(?)
rot: Como define 'egoísta'?
viado: bom, se divertir 'as custas' das pessoas é egoísta e fazer coisas q só interessam a você é egoista, talvez esteja enganado.
rot: Sou egoísta psicológico - se quiser dê uma pesquisada e divirta-se. Pra que pensar em terceiros? Não pagam minhas contas kthxbbye
E uma pessoa só é usada, quando ela se permite a isso. Simples assim.
[...]
rot: Eu não vejo pessoas. Honestamente falando, de maneira bem fria e calculista, eu vejo tudo e todos como 'usos' disponíveis. Pode ser uma troca, ou algo one-sided
viado: vc é sempre frio e calculista ou só as vezes?
rot: Maior parte do tempo. Considero emoção uma fraqueza, porque ninguém faz uso racional da mesma sem ficar insano e vulnerável.
viado: ninguém controla totalmente as emoções
rot: way to go. dá um autógrafo?
Ninguém TENTA controlar as emoções.
Existe uma consciência-coletiva de que ela é necessária e imprescindível pra que a humanidade não perca seus valores 'humano' - o que diferencia um homem de uma máquina? Vão dizer: emoções.
Mas a máquina também trabalha mais eficiente que o homem, se programada de acordo. E fim.
Compartilhar o mesmo meio que os homens é uma desgraça, de certa forma - e as máquinas são mais incompletas ainda, por não possuirem racionalidade - são apenas objetos a serem usados.
Mas o que torna o homem mais deprimente ainda é que mesmo com razão e emoção, eles não são diferentes de máquinas - são objetos a serem utilizados também.
viado: vc se considera utilizado?
rot: Não me permito. Só é usado quem quer.
A fraqueza dos homens projecionam uma necessidade de 'servir', pra dar um objetivo em cada vida dessas pessoas que não possuem um direcionamento específico.
viado: vc não tem emoções pq não quer servir então? ou só pq asha irrelevante?
rot: Não me acrescenta, me deixa vulnerável - a maior verdade é essa, você se expôe muito a troco de nada, de coisas incertas do qual não dependem de você pra qualquer tipo de resultado a curto e longo prazo. Mas falando sério, não ter emoções é radical demais. A maior prova disso é que eu sinto raiva e nojo dessa escória chamada humanidade.
Eu sirvo a mim mesmo. E é a melhor coisa que eu possa fazer pra mim, principalmente.
Se cada um o fizesse, as pessoas seriam menos inseguras e com mais propósitos de melhorias a si próprias - consequentemente, atingindo um meio coletivo.
As pessoas em gerão são usadas - e esse é o grande trunfo que rola aqui na Terra. Líderes mundiais, suas potências - tudo lacrado à sete chaves - manter a ignorância nas pessoas é o principal controle pra que estas não descubram uma capacidade dentro de si de se destoarem de um coletivo fraco e insosso - genérico, ignóbil e controlado.
Com certeza o mundo seria mais feliz numa utopia dessas, mas não é de interesse de quem controla um bando de macacos, perder a obediência deles, não?
[...]
Post-Sciptum:
Há um bom tempo desde quando houve essa conversa; com o que venho colocar aqui agora. Tanto tempo; que nem me lembro de detalhes da pessoa.
Sequer me lembro porque conversei com ela; visto que, pelo meu timbre, eu não estava com um humor um tanto amigável.
Mas preservo o texto; sem qualquer alteração, por puro valor literário - mesmo que meu raciocínio de hoje seja levemente diferente, essa conversa me surpreende e sempre me faz pensar - o que é algo bom.
Vínculos não são de todo ruim. Aprendi isso, felizmente.
O que há de ruim em vínculos são se eles são sustentados em qualquer outra coisa que não seja amizade, respeito, cultivo e amor - quatro elementos fundamentais para o sucesso de qualquer relação.
O quinto elemento seria a conversa - mas é algo óbvio e interente também.
Vínculo é algo delicado; porque não depende apenas de você. Independente, sempre faça a sua parte - porque o seu vínculo com a sua consciência e livre-arbítrio, esse sim, só depende de ti.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Gangorreando
É preciso ter muita coragem pra se livrar de tudo que o cerca.
É preciso acreditar em ciclos e temporadas - de não ter medo de jogar aquilo que é velho fora, de ficar sem nada pra adquirir novas oportunidades e experiências a cada dia novo.
Já fiz isso uma vez. Numa sub-vida.
Agora faço de novo, na vida em específico.
[...]
Vínculos são coisas tão feias, bobas e efêmeras - todos acabam um dia - e ainda assim, pessoas insistem num eterno - em votos de amizade, de amor que perdurariam à morte e qualquer obstáculo maior no decorrer de um caminho - ironicamente em si, não é a morte, ou obstáculos que perduram um 'fim' em qualquer elo - mas sim ele próprio que se rompe, sem a ajuda de nada e de ninguém.
É como uma gangorra - ela requer dois pesos pra funcionar, sem um, não haverá uma segunda força fazendo pressão sob a outra pra que o objeto funcione da maneira do qual foi designado. Simples, não?
Pode chover, cair granizo - vir uma tempestade de areia, acontecer um tiroteio - o que quer que seja de externo: se as duas pessoas quiserem continuar na gangorra, fazendo-a funcionar, ignorando qualquer coisa que não interfira com a tal atividade, ela continuará sem cessar - e de maneira feliz. Se por ventura, uma das pessoas for baleada num tiroteio e morrer, o vínculo cessará de certa forma - não haverá mais um peso: caso exepcional de vínculo rompido, o que contradiz a idéia original do texto. Sim, generalizar é feio, mas é o objetivo aqui.
Talvez não o melhor dos exemplos, mas é bem melhor eu mesmo apontar uma falha nele do que um terceiro, querendo usar dela um pseudo-argumento pra destruir minhas idéias. Então tá.
Então, vamos desconsiderar a morte aqui - assunto pessoal e filosófico, o que pode bem significar um 'fim' ou uma continuidade - o que deixo à conclusão de cada um.
Voltando ao exemplo da gangorra;
Duas pessoas estão nela - e oh, como eles AMAM ficar na gangorra. O tempo todo. Yay.
E isso dura algum tempo... assiduamente, essas duas pessoas vão pra gangorra, e são felizes lá. Começam juntos, e obviamente, acabam sua sessão de diversão juntos. Gangorra é um objeto de uso dual-only.
Depois de tanto usarem a gangorra, ela fica velhinha, tadinha - de tanto ser usada, ela se desgasta - e ficar nela se torna difícil: há incômodos, muitos incômodos - a gangorra é diferente de como ela era antes quando vós começavam a brincar nela. Ela era nova, bonita, cheia de expectativas e memórias para viver - agora, ela é um objeto se deteriorando, do qual são necessários reparos pra que ela continue feliz.
Vínculos, alguém? Amizades? Amor? SIM. É a mesma coisa - com a exceção de que objetos inanimados me deslumbram mais que os seres humanos em si, mesmo sendo tão iguais, por fora e por dentro: por fora, frios, superficiais e usáveis, e por dentro, ocos.
Mas eu ainda gosto mais da gangorra.
E como se dizia, ela ficou velhinha, fudida, precisando de reparos - assim como se corroe num vínculo também. Em ambas as situações, quais são as alternativas?:
1] se brinca na gangorra até o momento que ela se estraçalhar toda de tão desgastada e ferrada de que ela tá - seus fragmentos saem pelos ares, acabam atingindo alguém, há no mínimo um alguém machucado por conta disso, e a gangorra se torna lixo e sucata - inusável perpetuamente. E a única lembrança existente é um pedaço de merda que um dia foi algo bonito, memorável e compartilhado por duas pessoas. Fim.
2] os usuários da gangorra (ou simplesmente apenas um, não importa tanto), analisa a situação: "essa coisa tá uma bosta, ficou uma merda e eu to pouco me fudendo - não vou ficar numa porra dessa mais" - e a[s] pessoa[s] sai/em dela. Obviamente o primeiro caso é menos deprimente: normalmente quando ocorre o segundo, se demora um bom tempo à outra pessoa pra que ela se dê conta que uma gangorra sozinha não faz nada nem diverte ninguém. E quando alguém sai dela, dificilmente diz algo pra outra. É como o dito inglês: "some things are better left unsaid."
A gangorra? Ela continua fudida e abandonada. Sim, ainda é possivel que ambos (lol), voltem pra ela e continuem suas atividades como sempre faziam, mas não é a razão que motiva isso, e sim inúmeros sentimentos e emoções tolas (emoção em si é algo tolo, já pode me chamar de Homem-Lata do Mágico de Óz - com a exceção de que não procuro um coração, obrigado), do qual se merece destaque a nostalgia, depressão e falta de auto-confiança.
3] A gangorra tá pedalando às condições já dadas e repetidas pelos outros exemplos. Alguém percebe (oh), e num súbito (ou não) desejo de querer brincar na gangorra com as mesmas condições fodásticas e pomposas de antes, propões algo: "vamos reforma-la."
Daí, há duas alternativas diferentes: vou primeiro da mais feliz delas, pra depois descer o cacete na segunda, que é a mais desprezível imaginável.
3a] Não importa como: se a primeira pessoa que notou e teve a idéia de uma reforma avisou a outra, se ambas perceberam juntas ou se vieram mafiosos das Ilhas Maurício com armas apontadas na cabeça de cada um os forçaram a fazê-lo - as duas pessoas decidiram fazer a reforma junta. O que é legal: duas cabeças trabalham melhor do que uma, e de maneira lógica, o resultado sai mais rápido na maioria das vezes. Yay de novo.
3b] Também não importam os motivos: a pessoa vai fazer a reforma sozinho. Demora mais, leva mais trabalho, tempo, paciência e dedicação do que qualquer outra coisa, e o resultado pode até ficar semi-semelhante à forma original da gangorra - mas cedo ou tarde, ela ficará fudida de novo (e o mesmo acontece MESMO se ambos trabalharem juntos em sua reforma). Não consegue ver a diferença do 'a' pro 'b'?
Existe alguma garantia de que, se apenas uma pessoa trabalhou pra reformar algo usado por duas, receberá ajuda da outra para o conserto do brinquedinho utilizado por ambos? Não, não há - mas quem sabe, na pior das hipóteses otimistas? Mas dificilmente. E sim, se você faz a reforma sozinho sempre que a gangorra quebra e despenca, parabéns: você é um idiota. Dumbass.
E você, reformando em conjunto com a outra pessoa, ainda vê sua gangorra rangendo breves momentos após? Continue consertando ou chute à gangorra de lado: já deve estar tão velha, fedida e intulizada que se você por a sua bunda nela de novo, vai começar a doer. Da gangorra, o que era esporte, vira conformismo - vira rotina, porque existe o medo de que uma vez nela, nada seja tão bom quanto ficar com ela. NADA.
Já brinquei de gangorra - de fato, até sozinho: várias e várias delas; ando no playground chamado 'vida' freqüentemente procurando diferentes gangorras para uso experimental - e me divirto comparando a duração de sua vida útil. Do começo e do fim, daquilo que vi e experiencei cada vez que ela subiu e desceu.
Desci da mãe de todas as gangorras hoje. Por mais que no alto você ache que dê pra ter uma dimensão de tudo daquilo que vê, somente no chão tal dimensão se torna proporção: você com os pés no chão, com sua cabeça olhando em frente - ao invés de pra cima ou pra baixo, consegue enxergar aquilo na sua cara - a realidade. Na gangorra você não vê realidade, mas sim a própria de seu brinquedo - você e mais alguém, em esforço conjunto, indo e descendo, continuamente, até alguém dizer 'chega'.
Sem mais de pseudo-necessidades que nunca foram minhas com o objetivo de encontrar um porquê nos outros.
Sem mais motivo pra continuar gangorreando: a vida em si passa, é efêmera e possui um dimensionamento único pra cada ser humano. De maneira egoísta, sigo o meu, e fico fiel a mim mesmo, a única pessoa que sei do qual não irá me dar as costas.
O caminho não é a gangorra.
Mas a gangorra pode ser o caminho de muita gente.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Não Mova
Você uh, vive a minha vida?
Não.
Minha vida, te afeta diretamente?
Não.
Então, por que não cala a boca?
Sabe definir a palavra incômodo?
Deveria - já que é o que expressa quando faz questão de me espiar com o pensamento, de maldizer-me com a boca e de sorrir de maneira hipócrita quando me vê.
Sabe definir importância?
É aquilo que você dá à mim e que não faço questão de dar à você[s].
Sabe definir indulgência?
É a filha feliz da palavra 'respeito' - a atitude de ficar quieto e deixar cada um por si. Ninguém é mãe de todo mundo pra enfiar o dedo na cara da pessoa e falar merda. Nem a minha quando viva fez isso pra mim; precisaria de alguém ridículo, insosso, mal resolvido cheio de insatisfação pra faze-lo?
Você sabe o que é se perder?
Pra começar, literalmente, é se perder. Se fragmentar no próprio íntimo. Destruir qualquer base e alicerce de sanidade, de estrutura emocional e física. Aquele que se perde, se perde. Cai. Estou de pé, contrariando vossa vontade de me ver no chão - o desejo expresso abertamente de ruína, por pura tentativa de auto-afirmação, a fim de preencher um vazio - do qual erroneamente se cria admitindo um erro, um julgamento precipitado, uma pedra jogada em muitos alguéns.
Pare.
Do contrário, não se tem mais o direito de exigir por silêncio - quando o responde com fofoca e insatisfação da própria vida, em paralelo com a minha, vivida por mim, e não por você.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Overrated
Sabe um velho gordo, meio espanhol, meio fanho, que até quando peida, centenas de mais pessoas inúteis o vão venerar? Taí o titio Gabriel Garcia Márquez - que integra a minha lista das pessoas mais overrated que existem no mundo todo (junto com Chico Buarque, Stephen Hawking, Pedro Bial e Ash Ketchum). Superestimação desnecessária, fruto da falta de capacidade de assimilação de idéias e conceitos do ser humano.
Começo do mês, meu atual professor de (qual a matéria mesmo? é algo do tipo, noções de jornalismo) e também obeso e coordenador do curso de comunicação social - o mesmo que no semestre passado ficou na situação idêntica de mãe baiana (mulher, também gorda, cercada de criancinhas pequenas reclamando dos próprios irmãos, enquanto debaixo da saia desta, simultaneamente, dá o dedinho do meio e faz a outra chorar, a levando a fazer o mesmo, levando [sim, redundância] a repetir o que seu irmãozinho fez, levando [redundância de novo - estou muito afim de usar redundâncias hoje] um ciclo cíclico [terceira vez] de atitudes que se repetem, e que se resume numa só coisa: mimimi de gente tosca), em relação a minha turma. Daí, ele não se viu em posição diferente a não ser me atacar. Mas como o semestre mudou, coisas também mudaram. Agora ele me acha sagaz. :/
Era a primeira aula dele no mês, acho eu. Tema livre, é? Não. Ele é tipo, babaca. Passa um texto e quer que a gente leia o texto. Daí, ele impõe um resumo deste, pra saber se sabermos ( quarta vez - e sem colchetes, porque não estamos dentro de outro parenteses) do assunto abordado e o cacete. É, e eu o fiz.
Não vou profanar meu espaço colocando um texto boçal do Gabrial Garcia - Odin me livre disso. :/ Se quiserem lê-lo, use o Google. Aqui só dá eu. O que é meio óbvio, afinal, o blog é uma tentativa disfarçada de promoção de imagem às ocultas - de mim, pro meu nicho de fiéis apóstolos.
[...]
A melhor profissão do mundo – da ótica de um velho superestimado pela mídia e por esses mesmos profissionais: o conceito deturpado do jornalismo atual.
Quem mais? Gabriel Garcia Márquez.
Tão famoso e pomposo jornalista e escritor, em seu texto “A melhor profissão do mundo”, ao mesmo tempo em que exalta – e com razão – o doce ofício do jornalista, deixa sutilmente, descaradamente, nas entrelinhas de cada palavra de seu texto, que a profissão caiu na leviandade, ao ser mergida à um curso superior. Oh. The Oh.
Garcia Márquez, acreditando que estes, ao invés de servirem a seu propósito ‘original’; levar ao jornalismo, o reconhecimento acadêmico do qual tanto era digno, desvinculou-se de seu principal campo de atuação, os jornais, sendo que o principal objetivo de um curso de Comunicação Social é instruir e formar seu aluno ao vasto mercado que temos hoje, ao invés de limita-lo apenas à imprensa escrita – do qual Garcia Márquez lamenta, por motivos que não me interessei a questionar, por provavelmente ser tão desinteressante à mim quanto as suas obras, do mesmo calibre de Chico Buarque à música brasileira.
Garcia Márquez quis, e criticou o jovem que entra e depois sai de uma faculdade de Comunicação. Mas não soube discernir direito, problemas paralelos, vindos da qualidade de ensino da instituição e/ou do próprio interesse do aluno. Se agora se graduar em jornalismo, e exercer a profissão portando no histórico de vida um diploma é antiético, como o diz, o que será que ele tem a dizer sobre aqueles, formados ou não, mas que exercem o jornalismo de maneira suja, vulgar e destrutiva, alienante e que não serve a sociedade? Tal função do jornalista humanamente correto é essa, não? Ou Garcia Márquez irá ter de ditar fundamentos e referenciais agora?
Garcia Márquez – sinônimo de redundância. Aquele ser que coloca palavras difíceis, nada coloquiais e as joga numa suruba de orações desconexas e pouco objetivas, com a finalidade de ilustrar seus textos, mais desinteressantes que Machado de Assis, e tão valorizado quanto pela elite pseudo-cultural dos gabinetes de letras do Estado. Generalizar é um erro. Ser parcial também. Levar apenas um lado da questão.
Titio Garcia Márquez errou mesmo nisso. Buscou apenas aquilo que alimenta o ego. Sente-se traído por ter ralado desde os 19 anos sendo um reporterzinho medíocre, indo de café a bar enquanto ainda fazia direito – graduação do qual fazia a contragosto e que também, imagino, se esforçava na mesma proporção pra manter uma média boa. E cá estamos no seu texto.
Sentindo-se traído/encurralado/mal-amado/mal-comido pela própria área do qual ainda tem um caso tórrido e sexual de amor, por ela ter virado graduação. Sim, Garcia Márquez têm seu brilho, mas perdeu a moral comigo por fazer o brilho dos outros, de nós, estudantes de jornalismo, menor pra manter o próprio ainda aceso.
As instituições de hoje tem sim muito ainda o que melhorar. Ainda me pergunto por que eu tenho que ver uma matéria tão deprimente, insossa e vã como sociologia. Garcia Márquez quase fez um ponto positivo, ao dizer que em muitas de nossas faculdades e universidades, se ensina muita coisa, mas pouca coisa aproveitável. Mas isso é algo pra ser discutido por reitorias, professores, secretarias de educação e o escambau, mas não por Garcia Márquez – aliás, quem é ele mesmo?
O mundo evolui – quem se prende ao passado não se sincroniza com as mudanças constantes em todas as áreas do quais vivemos. Comunicação é uma delas. Jornalismo é comunicação, e comunicação não vive apenas do jornalismo. O bom profissional é aquele o mais completo possível da sua área de sua atuação. Não basta apenas ser um bom jornalista, mas um exímio comunicador.
Não é voltando 50 anos no tempo que magicamente, o jornalismo irá de deixar de ser bocó inútil e sem-graça pra pegar todo o esplendor, do qual o Sr. Garcia Márquez acredita.
Pode até ter sido uma época especial, de valores diferentes do qual possam ser resgatados e acrescentados ao mundo atual. Mas por favor, voltar no tempo, se prender àquilo que já aconteceu e não volta mais é inútil. Garcia Márquez queria sim, ter nascido em classe média alta, ter os pais pagando mil reais por mês numa faculdade e tocar o terror com todo mundo lá. Mas o desgosto de sei-lá-o-que que ele transparece e não esconde em mostrar é preocupante. Qual é o objetivo dele ao trazer em seu texto, uma crítica tão ríspida com o ato de se graduar em jornalismo? Não quero entender – a mim não faz diferença. Mas pra ele faz demais, afinal, quem é o incomodado? Quem é que falta morrer com a existência de instituições de ensino de jornalismo?
Não sou eu.
[...]
GG, GG.
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