segunda-feira, 7 de maio de 2007

7º²



Texto do qual digitei hoje, dia 07 de maio de 2007.

O que era pra ser uma atividade de tema-livre pro professor avaliar o nivel de cada um, acabou sendo uma crítica social no mínimo, estranha, e também ignorada pelo próprio, que tamanho o medo de mim, acabou optando por uma olhada superficial, correspondendo com um simples "tá bom".

Tempo limite: 5 minutos


(...)


Um dia de emoção

Poderia ser o seu dia - mas é o dia de Fulano de Tal.


Mais um dia começa pra Fulano de Tal:


Ele acorda, ele come... ele dorme. Sua vida não poderia ser mais revigorante e invejada aos olhos de todos que os cercam.

Fulano, 39 anos - natural de Cidadetosca, colesterol na média, IMC um pouco acima. Adora cerveja e não vive sem ver a TV Globo - basicamente, um cidadão feliz e comum da sociedade. Com uma exceção: sua vida é muito emocionante.

O que diferencia Fulano são diversos fatores: o modo de como vê a vida. O modo de como ele lida com o mundo. Sua ligação com o cosmos mágico da essência.

Tudo começa ao acordar: fulano baba, reclama da vida e soca a esposa e o despertador. Enrola mais 20 minutos na cama, até que sua mulher o arraste da cama com plena violência física utilizando um bastão de beisebol. E então, Fulano, prezando por sua vida, se vê forçado a levantar da cama e seguir a labuta de cada dia.

Fulano come sua sagrada refeição matinal: pão com mortadela. E como come. Já faz parte do ritual de cada dia dar uma engasgada a cada mordida. De maneira rápida e violenta, ele mastiga como se não houvesse amanhã. Porque seus objetivos não levam a nada no futuro. Ele é pequeno demais pra ter capacidade de lidar com isso.

Fulano então, depois de ter se alimentado de uma maneira bem peculiar à seu estilo, se prepara pra sair de casa. Assim como a sua esposa se prepara para a sua saída. Seus clientes a esperam.
Mal sabe Fulano que ela em meio período tem o não-tão nobre emprego de mulher-da-vida. Experiência fácil de modo difícil. A tudo Fulano é ignorante. Tudo em sua própria volta.

Fulano vai trabalhar. Sendo um tradicional peão de obra, ele literalmente, soa muito pra ganhar a vida. Vai tijolos, vai cimentos e se vai a esperança de um mundo melhor. Fulano e sua mente pequena só enxergam isso: sua mínima vida de trabalhador paupérrimo, conseqüente do descaso do Estado com sua principal renda de votos: o pobre, o esmolante. O ignóbil.

Fulano volta pra casa. Dá outro soco na mulher, pega duas garrafas de cachaça e senta na poltrona rasgada e fétida do único cômodo da casa, que se divide em quarto, banheiro e cozinha. Liga a televisão monocromática e se sintoniza no Jornal Nacional. Passa a admirar Lula como o Messias do Sertão. Ele que dá sua renda, seu Bolsa Família e um futuro talvez digno pra si próprio.
Talvez no dia que a própria sociedade pobre mudar suas atitudes e pensamentos. Dia que nunca chegará na humanidade. A necessidade da reforma é sentida por poucos e feita por quase ninguém.

O que diferencia Fulano das demais pessoas? Quase nada. Talvez um pouco de hipocrisia social na maneira que leva a vida. E no próprio conformismo de continuar sua vida de maneira simbiótica ao governo.


(...)

domingo, 6 de maio de 2007



Oi. Quer ser meu amigo?
Seja digno. Mereça isso.
Conquiste.

Ontem foi um dia bastante mágico.
Mais duas pessoas foram pra lixeirinha. Limpeza do qual não faço tem já algum tempo, mas que foi necessária pra que eu não perca mais meu tempo com coisas mínimas e vãs.


As pessoas? Um ser com vagina e outro com pênis - respectivamente, 14 e 18 anos físicos, mas ambos com idade mental inferior a de um feto. Do início das discussões até o seu final, não senti nada. A escolha era sim minha, e também deles. Escolhi o caminho da verdade. E eles escolheram o da fuga.

O ser humano foge da verdade.
Não a aceita, e deturpa tudo a seu redor pra encaixar-se nos seus pensamentos deturpados em relação a si próprio. Se você não tomou banho, e está cheirando mal, eu vou falar que você fede. Deve se perguntar porquê, afinal, ninguém me perguntou. Mas quando você tá na minha frente, fedendo, passa a ser problema meu. E eu o resolvo. Daí é só continuar fedendo em outro lugar - o problema vai ser exclusivamente seu agora.


Pra ser mais claro: se quer ser meu amigo, não seja um merda. Simples assim.
Não seja um parasita, um mentecapto inútil que não tem capacidade de refletir meia hora da própria vida. Não seja preguiçoso, chulo e fútil - me acrescente que eu te acrescento.
Minha atitude depende da sua. O que explica que pra alguns eu sou a melhor pessoa do mundo, e pra outros, eu faço questão de pisar em suas feridas e ainda passar sal por cima delas.


Se você se permite, você não só autoriza. Você implora pra que alguém venha falar tudo na tua cara. E quando você sabe que tudo é verdade, fica mais gostoso ainda o próprio choque que isso traz dentro de si. Quando não há argumentos pra própria pseudo-defesa, a única alternativa é fugir, com o rabo entre as pernas pra bem longe.
Quem é que tem moral pra desafiar-me? Nem consigo mesmo eles têm. São um nada, enquanto eu sou tudo.


A primeira - preguiçosa a ponto de comprometer totalmente sua vida em favor disso. Não estuda, reclama que tira nota baixa e não sabe por quê.
Não termina nada que inicia, e fica coçando o saco o dia todo em frente ao monitor, porque não tem capacidade de ser produtiva em mais nada. Vítima de si própria. Emo. Mimada. Ridícula. Aquela que não enfrenta que não se faz impor respeito e valor - mas que sim, foi reclamar que eu limitava a sua vida. Oh.


Não a impeço de viver - aliás, fui bem amigo dela. Já a disse pra não ter preguiça, pra parar de ser uma inválida e dar um pouco de valor em tudo que tem. Pra ter um pouco de ambição na vida e largar de ser mais inútil do que um peso de papel - única função do qual deve cumprir bem, por ser totalmente obesa e feia :/ Além claro, de roubar meu oxigênio. ._.'

A culpa é minha agora, de ela ser uma merda. Tanto que foi perguntar pra mim, pra começo de conversa, o que a mais irrita. E ela respondeu que era eu.

Incomodada ela. Porque eu tiro notas boas. Porque eu tenho boa reputação, uma legião de fãs fiéis. Porque eu sou bonito, gostoso e desejável. Invejado. Aplaudido e espelhado. E ela? Aliás, a própria um dia anterior tocou nesse assunto. O quão fugaz ela é e o quanto uber eu sou em tudo que faço. Inveja detected.

Medo, preguiça - invalidez. Estagnação na evolução humana. Livre arbítrio.
Cada um segue seu ritmo. O meu é mais avançado e de maior velocidade. Então, lhes disse adeus. Nos vemos quando vocês subirem e chegarem ao meu nível.
Se bem que honestamente, tanto faz.

Dizem eles que eu me acho. Que me acho demais melhor que os outros. Que sou chato, fresco, irritante e arrogante. Não nego. Sou isso tudo. Com o acréscimo de que não apenas acho que sou melhor do que os outros, como tenho plena certeza. Nunca neguei. Só sou melhor que você.

Tão melhor, que você se deu ao trabalho de mimimizar a própria existência pra mim, ao invés de tentar mudar isso com atitudes pra calar minha boca.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O Objetivo é a Própria Vida



Sou foda.

Eu não estou, eu sempre tenho direito de me achar. Se tá incomodado com isso, me pergunto (aliás, nem quero saber lol) o que está fazendo aqui em primeiro lugar. O lugar é meu. Eu escrevo. Eu falo do quanto eu sou melhor de você. E você, lê. Sagaz isso. É como funciona o mundo. Meu dia de hoje, começou ontem - de maneira fodástica também.

Comecei a madrugada redigindo um minifaq de Ragnarök pra minha amiga Lísia - e ficou tão perfeito e didático que tá até melhor e mais completo do que as referências do site da Level Up! Games Brasil sobre o próprio jogo. Até onde parei, deu 14 páginas, em Arial negrito 11, ilustrações e noções de gameplay de cada classe e da mecânica do jogo. Despertei um lado bom de mim durante esse tempo - o quão eu gosto de ensinar os outros. É prazeroso, você se faz mais útil e contribui para o crescimento desse indivíduo. Você também aprende e evolui. (Por mais que isso seja irrelevante em RO, do qual noções de gameplay e classes não me acrescentam mais em nada do que eu já saiba antes, isso tem valia em tudo diretamente na vida. Você faz uma troca)

Ainda em Ragnarök, digito esse texto ao som de sua OST~A soundTEMP foi bem feliz no desenvolvimento de suas músicas. Muitas delas são contagiantes e perfeitas pra esse tipo de frenesi louco do qual estou agora e que se depender de mim, nunca vai cessar em meu espírito - vontade de vencer, de não ter medo e desbravar aquilo que ninguém tem coragem de chegar.

Ir além e sempre ser o primeiro em tudo. É o começo de tudo. O grande segredo da vida. O fracassado vive no fracasso. Aquele que tem êxito, em seu sucesso. Raciocinar ainda é difícil? Também no momento que digito esse texto, falo com essa minha amiga Lísia. E tanto aqui quanto lá não sei como começar a expor que orgasmo de realização é esse que toma conta da minha alma.

É como defecar o mundo depois de uma prisão de ventre. Dói, você tem medo - é realmente horrível e você pensa que vai morrer. Mas quando tudo sai, é increvelmente gostoso. Você fica maravilhando aquilo tudo que saiu dentro de si. Você curte o momento. Ele é maior do que tudo. Proveniente de esforço, vale dizer - qualidade humana que muita pouca gente tem nessa sociedade de esmola e conformados. Da-lhe Brasil.

Amanheceu. Não deixei de ficar um pouco nervoso, afinal... faz parte das emoções do ser humano. Usei uma camiseta azul índigo do qual minhas irmãs compraram pra mim no fim de semana passado. Ficou linda *-* Faltei me masturbar pra mim mesmo quando vi o quanto fiquei sensual, lindo e gostoso com ela. A cor, propícia pra ocasião, caiu como uma luva pro dia - estimulando minha já sagaz criatividade e argumentação.

Eu teria pena do pessoal da faculdade, se fossem dignos de receber algo meu. Deve ser difícil conviver com alguém tão melhor que você todos os dias, e ainda escutar na cara o quão merda você deve ser. Ouch.

Nunca precisei estudar. Tudo já tá armazenado em mim. Prestar atenção e sugar cada segundinho de oportunidade que te é dada pra aprender determinada coisa é determinante na formação de um bom profissional. Sou o autodidata que não se 'didata'. :D

Eu nem falo que eu tenho sorte, porque isso é fruto de esforço e de capacitação da minha parte. Quem quer, consegue. Eu quis. E se eu to aqui, eu quis muito. E consegui. Cheguei na faculdade (como de praxe, sempre 'atrasado' 5 minutinhos pra dar charme e ser notado pela ralé - disso faço questão). A apresentação dos grupos finais já havia sido começada, então peguei o início da do primeiro.

Nunca vi algo tão insosso, tosco e mal-preparado na minha vida (mentira, já vi). Esse grupo teve, acredito-me, a dolorosa missão (dolorosa mesmo, tratar disso é algo é um saco em minha opinião) de apresentar sobre a questão da diversidade racial no país. Sabe como é, preconceito, cotas~ o fato de que muito negro insiste em se auto-intitular de moreno por puro modismo, negro burro entrando em universidade por causa exclusivamente de cotas e não por capacidade própria - e a lista vai.

Não que eu seja racista, mas o próprio país cai em contradição ao segregar mais ainda isso de questão racial. Cadê a constituição nada feliz que diz que todos somos iguais perante a lei? Dar vaga de esmola pra preto adianta alguma coisa? Hipocrisia demais, atitude de menos. Os negros não têm nenhuma limitação de mostrar o indivíduo que cada um é. De lutar pra conseguir o que quer e vencer cada obstáculo que aparece. Se me perguntam porque existem mais brancos sucessful do que negros, eu só respondo uma coisa: negro em sua maioria é burro, conformado e fica feliz vivendo de esmola e nem faz noção do horizonte que tem jogado na sua frente.
Bolsa Família te lembra alguma coisa?

O assunto nem é esse... mas sim o grupo, que como mencionei mais acima, foi bem amador~ Foram entrevistar o senador Paulo Paim, do PT (cidadão feio da porra, vale acrescentar - nada sexy ele lol). Entrevista sem edição, entrevistadores não olhando nos olhos do entrevistado, de cabeça baixa, se coçando e olhando pra qualquer coisa diferente do próprio alvo da reportagem. Câmera que tremia e não tinha um foco específico. 16 minutos e meio de lengalenga numa matéria insossa e tosca, deixa quem vê disperso e desinteressado. E tiro meu chapéu pra professora. Além de dar um owned gostoso, porém sutil nos molequinhos, ainda interrompeu a entrevista. Existem pessoas que nascem pra confrontar. Outras, nem pra background material servem. Caso deles aí.

O segundo grupo após este foi bem medíocre - não de ruim, foi decente até. Mas nada a acrescentar realmente. Trataram do programa de esporte pra jovens que não tem o que fazer, e proveniente disso, enchem a cabeça de merda e se marginalizam lol Todo mundo lá explicando com um papelzinho na mão. Lembrei dos meus tempos de primeiro grau, do qual fazer isso era clichê em todo trabalho lá na frente. Não pra mim, claro. Eu sou foda.Agora a parte que me toca - sim, o trabalho. Suicídio. Pra quem ainda não sabe, vale a pena ver de novo: professora sagaz amante do Ricardo Noblat passa pra diversos grupos, de 5 a 7 pessoas, temas pra fazerem um trabalho expositivo, de maneira criativa com essências jornalísticas. Até aí, mel na chupeta - os temas todos eram bem genéricos - MST, moda, agropecuária... Nada digno de me dar tesão. Como eu faltei no dia que tudo isso foi proposto, desconhecia parte do desenvolvimento desses trabalhos, até um grupo em específico me convidar - Suicídio.

Sim, suicídio. O tema, e também, parte do que compôs o que aconteceu comigo no decorrer daqueles dias. O ser humano [in]feliz que me convidou foi uma guria de 23 anos, de 1m58 com carinha daquelas vadéias de 17~ Já a conhecia algum tempo. Fiz pré-vestibular com ela no semestre passado. Ironicamente ela foi parar na mesma sala que eu, na mesma faculdade, no mesmo curso - aleatoriamente, segundo ela, que pegou qualquer curso disponível pra se formar. Que profissional diligente ela vai ser, tenho até inveja. :/

Ela me convidou. Confesso que fiquei feliz. A sala inteira tem medo de mim e só sabe falar mal pelas costas, então uma atitude dessas é bem simpática.

O grupo? Além dela, uma guria acima do peso com descendência oriental com um piercing nas narinas. Seu melhor-amigo, um viado pintoso que dá descaradamente em cima de mim. Um marginalzinho de dreadlocks com mais piercings do que neurônios em sua estrutura neurológica. E uma mini-mulher da vida, que fuma na mesma proporção que eu não como (se bem que todos se drogam lá lol). Mais diversidade, impossível.

Vale ressaltar que eles já eram uma panela - a chamava de grupinho dos pseudo-adultos (já apelidei cada ser e grupinho da sala de aula particularmente). Ou seja, amiguxos até embaixo de outros amiguxos (e como todo mundo de lá parece ter tendências bissexuais, a frase até que se encaixa – [nossa, como penso putaria lol]).

Quando fui chamado por eles, ainda tínhamos mais três semanas pra preparar e apresentar tudo. Vocês conhecem o jeito babaca brasileiro de ser. Acham mesmo que eles iam deixar tudo pronto? Não.

Já previa tudo. Não iam dar a devida atenção ao trabalho, na última hora iriam querer fazer tudo e ainda com o objetivo de que tudo saísse perfeito e impecável e não ia dar em nada. Depois de uns 69 minutos de reflexão em sala de aula, já ia voltar atrás e falar que não queria mesmo fazer parte disso. Mas decidi dar uma chance. Decisão acertada, do qual me ajudou a me fortalecer naquele lugar mais ainda.

Como eu falei... três semanas. Fui simpático na primeira. Falei com as gurias todo exato dia sobre como ia/se ia o trabalho. Tudo que eu ouvi foi que tudo tava sob controle. Depois de 7-8 dias de perguntar a mesma coisa, cansei. Não ia mais me importar. Faria tudo sozinho mesmo. Capacidade não falta, e nem sobra - tudo é aproveitado ao máximo.

Daí passaram-se as semanas. Esqueci completamente da existência do trabalho. Improvisaria algo, e ainda assim, sairia soberbo. Não precisava mesmo ficar me preocupando.

Segunda-feira. Era a semana. Na quinta, teríamos que apresentar (estou odiando agora ter que usar o plural, pra me integrar com um bando de marginais escrotos mesmo que apenas no português :P). A perua-mór representante de turma falou que os mentecaptos de septuagésima-quinta categoria me procuraram, e que estariam na biblioteca me esperando. Fui simpático, pisquei e agradeci. Ela faltou morrer de tesão. E ainda namora. :/ E o cara ainda é feio, grandão e gordo. Deve ser rico, ou PhD em cunilíngua.

Fui lá. Adivinha só, ninguém e nada tinha nada pronto. Deu vontade de jogar tudo na cara deles. Porque foi da boca daquelas vadias que eu ouvi a mentira de tudo estava sob controle e organizado. De que iriam entrevistar fulano-de-tal pra pegar uma matéria fodástica sobre o tema. E o que eles faziam?

Desesperadamente, sem noção alguma, tentavam fazer uma pauta, sobre o que perguntar e abordar em uma entrevista que iriam fazer. A vítima, uma psicóloga da UnB que, mestrada sobre o assunto.

Contribui. Fui-me embora. Convidaram-me pro mico do dia seguinte. Tava com preguiça. Não fui. Até devia ter ido. Eles pecaram muito nisso. Dependeram de um gravador pra entevista-la. Não anotaram nada. Gravador fudeu com a fita toda. Sagaz isso.

Quarta feira. Me chamaram pra fazer todo o trabalho escrito. Fui pra casa da vadia, era o lugar combinado. Quando cheguei, nada havia sido produzido ainda. Tinha um ou dois copypaste no Word do PC do seu quarto, o mestrado da mesma psicóloga do lado do CPU e umas revistas random sobre a matéria. Me jogaram pra fazer o trabalho escrito, enquanto, segundo eles, se encarregavam de organizar sobre como tudo iria ser apresentado. Rite.

Fui digitando... grupo começou a escutar música emo na sala do outro lado da casa, babacando e não fazendo nada de útil. Yay. Fui pressionado a fazer o trabalho todo até as 17hs, pra dar tempo de gravar num disquete (eca, que pobreza. nem CD e pen-drive tem lol) e diagramar numa gráfica local. Você acha que deu tempo? Exato. Não.

O trabalho escrito ficou um cu bonitinho, bem superficial e tosco. Fiquei andando com as gordas e mal-amadas do meu grupo a pé pelo Setor Gráfico inteiro da cidade. Não foi nada saudável e tudo já havia sido fechado. O trabalho oficialmente dava em merda. Fiz minha parte. Mais do que ninguém lá. A moral estava lavada.

Quinta foi um dia extremamente sensual e produtivo pra mim. Afinal, ia ser a apresentação. Todo mundo chegou atrasado - acreditava que ninguém viria mesmo. O ser humano é covarde quando falta com suas responsabilidades. Mas vieram. Sem nada, atordoados, desorientados. Tentei ser simpático uma última vez, mas não. Tanto fazia mesmo pra eles. Iriam ler textinhos lá na frente, num modus totalmente desinteressante que não prende a atenção de ninguém - completamente irônico numa aula que se chama Criatividade e Inovação.

"Ah, vai lá e apresenta tudo" - É, eu ouvi isso. Fiquei realmente irritado. Umas amigas minhas (olha, eu tenho amigos lol) conseguiram captar as minhas emoções na hora e chegaram a se preocupar com isso. Muita gente já me conhece quando me irrito - você pode ser o que for, mas não é grande o suficiente pra não ser pisado por mim.

E assim foi. Discuti. Argumentei. Expus-me. Na frente de algumas pessoas. Humilhei aquele povinho fedido que foi por algum motivo, o meu grupo nesse trabalho. Muito sagaz me chamar de irresponsável e desinteressado, quando o trabalho escrito que eles têm foi inteiramente meu, pra começar. Quando também era de responsabilidade do líder do grupo organizar e integrar todos os seus membros, de modo que cada um tivesse ciência real do que estivera acontecendo. E quando recorreram a mim pra pegar todo o conteúdo do grupo pra ser apresentado exclusivamente por mim. Eles já sabem que não tem um pingo de capacidade. Ficaram pianinho.

Eu não queria mais saber. Falei com a balzaquiana professora da aula - ela se encontrava ocupada, mas me disse pra ficar calmo. Era difícil, decidi sair da faculdade mais cedo. Se ninguém tinha peito pra me enfrentar, agora, respirar do meu lado já era algo arriscado. Quem não se impõe, é pisado. Vira tapetinho - ganha um 'bem-vindo' estampado na testa.

Obviamente fiquei preocupado por uns instantes - seria o meu segundo 0 facultativo lá - ambos em trabalhos de grupo. Algo do qual eu posso superar e compensar fácil, mas que traz um vazio por alguns segundos~ Mas eu toquei minha vida. Até que... teria mesmo que apresentar o trabalho. E junto do grupo

Aparentemente, não houve apresentação. Com isso, todos ganhariam de brinde mais duas semanas pra preparar o trabalho. Isso era algo do qual eu não tava realmente sabendo, e que só fui ter ciência na semana passada - mas o grupo não tinha mais desculpa pra fazer uma merda de trabalho - embora tenha realmente feito. Eu já tinha tudo pronto. O que falar, o que dizer e como fazer.

Era eu e o grupo. Foi eu e o grupo. Prevaleceu a mim, e não ao grupo - durante o começo e o fim da apresentação. Foi algo mágico. Eu não sou o aluno da sala. Eu sou muito mais do que isso. Todos, tendo essa consciência, pararam tudo o que faziam no decorrer das demais apresentações pra olharem a mim. E apenas a mim.

Lousa e tela projetora no centro, datashow na esquerda. Grupo também na esquerda. Eu do lado direito. Não iria me misturar com a gentalha. :P Professora perto da porta, também a direita. Turma no meio. Da onde estava, dava pra olhar tudo e todos, analisando mais de perto cada um em específico. Desejavam-me. Instigaram-me. Mentes curiosas quiseram ver o que eu traria pra aquele dia - o fiz. Os satisfiz.


A idéia era essa. Grupo iria apresentando. Depois eu iria fazer a minha apresentação. Fiquei surpreso, também nervoso na duração de todo esse processo. Eu olhava a todos, e todos olhavam pra mim. O grupo não era interessante. Era interessante o que eu iria falar. Todos já deviam esperar algo grande. Pequenos são eles. E como são.

Gurias me olhavam. Oh. Teve uma que ficou piscando pra mim. Não seria cisco. Era a mesma que me foi parabenizar pela nota da prova de ontem. Sou tão gostoso assim? Sou. E ainda inteligente. Sou pra casar, mas não quero. :/ Married people are boring.

O assunto não é esse de novo. Então.... Sim, a dinâmica da apresentação. O grupo demorou pra se organizar. Não se deve trazer o que você não vai utilizar pra qualquer apresentação na vida. :P Trouxeram eles, um CD com 8 vídeos sobre suicídio nele – só utilizaram 2. Ficaram ‘testando’ todos até lembrar qual é que deveria ser exibido na hora. Falta profissionalismo. Falta beleza. Falta bom senso.

O primeiro vídeo? Música emo, num slideshow de fotos emo. What? É, eu fiquei com cara de ‘WTF’ durante sua execução, que conseguiu ser mais desinteressante do que ler uma biografia sobre Getúlio Vargas. E assim com o primeiro grupo do dia, não houve edição. O que passa na cabeça dessa gente, que acha que vamos ter saco e interesse o suficiente pra assistir interruptamente mais de 10 minutos de qualquer vídeo que exista?

Na situação da professora, ficaria irritado por ter que cortar e exibição de vídeo de aluno pela terceira vez numa mesma aula. Mas se ela não o fizesse, eu mesmo pararia aquela coisa ridícula. Os olhos de todo mundo já diziam descaradamente que eu era muito mais interessante do que o que eles iriam apresentar. Novidade? Não.

Preciso mesmo dizer que a apresentação foi insipiente e chula? Preciso. E não só isso. Ainda quiseram se fazer de polêmicos, por lidarem com um tema polêmico. Quiseram colocar ética no meio. Quiseram de pagar de gostosos. Até ia dar certo, se na minha apresentação, eu não tivesse jogado todos esses falsos conceitos fora e anular com poucas palavras, tudo o que eles disseram. Isso culminou ainda mais a inveja e ódio deles por mim, e a admiração do restante da sala e da professora.

Se falar de suicídio com detalhes não é ético, porque ficar mencionando exemplos de pacientes da tal psicóloga com o objetivo de tentar chocar os outros?
Se falar de suicídio não é ético por poder influenciar gente que não tem maturidade pra lidar com o assunto, porque ficar lendo textos a favor do suicídio e apresentar um vídeo que o exalta como o ápice da realização humana?

Qual é o conceito de ético agora? Masturbar até sentir vontade de gozar e não faze-lo? Ficar de mimimi com um assunto sério e delicado e não dar a devida importância a ele por medo? Posso definir ética de maneira bem simples: respeito com quem você tá lidando. O grupo foi infeliz ao subestimar a inteligência das pessoas da sala de aula, e ao cair em suas próprias contradições, exaltando e defendendo a idéia do suicídio de maneira fugaz e tola.

O jornalista tem sim responsabilidade. Mas ele não é o responsável se alguém decide tirar a própria vida. O suicida é a eterna vítima. Tudo vai ser sempre a culpa do resto. O suicida sempre ai ser aquele ser covarde e patético, que vai ficar se vitimando ao invés de tentar dar um jeito na própria situação pra se mostrar útil. Suicida é aquele estorvo da sua família, que só faz te preocupar e te por a culpa em tudo que é responsabilidade de si mesmo. Daí a hipocrisia se constrói sobre o tema, tornando-o um pseudo tabu de maravilhas.

Justamente por isso, a covardia da sociedade sempre vai continuar aumentando a covardia de quem se suicida, por justamente ter medo e hipocrisia de falar sobre o assunto. Sempre vai ser a culpa do outro, não? Comodidade pensar assim. E vira um ciclo vicioso. Pessoa se mata. E fica o silêncio perante tudo. O único que fala de verdade é o próprio suicida, que vê no ato uma tentativa de um grito de socorro – que na nossa sociedade individualista, petista e porca, é vista como doença. Ninguém é amparado. É rotulado. Ninguém é socorrido, mas varrido por debaixo do tapete. Falta capacidade pra lidar com as emoções do humano. Principalmente com o humano. Com o nosso ‘eu’.

Viva a sociedade covarde, que cria e alimenta esse fenômeno. Que não valoriza o ser humano, que exalta o inválido e inútil como estorvo. Que não é capaz de estimular a produtividade de cada um. Que não se próprio valoriza. Viva a hipocrisia. Porque é fácil demais ficar conformado de braços cruzados e não correr atrás de uma vida mais digna e justa. Viva o descaso, que ignora milhões de mentes em formação e os entope de idéias deturpadas sobre o conceito de vida. Vida é o objetivo máximo do ser humano. Se você joga isso fora, você joga a si próprio fora. E permite que todo o resto jogue você fora também. Afinal, você é um inválido – e ninguém quer peso morto. Coitadinhos não ganham colinho. Ganham a própria punição no ápice do ato.

Eu fui o trabalho. Eu fui o eco que calou a boca de todo mundo. Eu fui aplaudido e assobiado por todo mundo. Eu fui o odiado pelo grupo. Eu fui a referência de tudo que a professora falou. Renan e o grupo. – das palavras da própria, diversas vezes durante a aula após a apresentação. Eu impactei, enquanto o resto se remoia na inveja de ter feito algo meia-boca e ignorante.

O objetivo do ser humano é a própria vida – frase do qual encerrei minha apresentação. Escrita na lousa pela professora após a mesma, foi algo do qual ela dissertou e expôs a gravidade do que estamos lidando. Se o ser humano se subestima, se joga fora. Mata-se por dentro pra depois se matar por completo. Desista de si mesmo, e todos irão desistir de você. A culpa será sempre sua.

Hoje uma sala de aula, e ainda hoje, o mundo.