segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Não Mova



Você uh, vive a minha vida?
Não.

Minha vida, te afeta diretamente?
Não.

Então, por que não cala a boca?

Sabe definir a palavra incômodo?
Deveria - já que é o que expressa quando faz questão de me espiar com o pensamento, de maldizer-me com a boca e de sorrir de maneira hipócrita quando me vê.

Sabe definir importância?
É aquilo que você dá à mim e que não faço questão de dar à você[s].

Sabe definir indulgência?
É a filha feliz da palavra 'respeito' - a atitude de ficar quieto e deixar cada um por si. Ninguém é mãe de todo mundo pra enfiar o dedo na cara da pessoa e falar merda. Nem a minha quando viva fez isso pra mim; precisaria de alguém ridículo, insosso, mal resolvido cheio de insatisfação pra faze-lo?

Você sabe o que é se perder?
Pra começar, literalmente, é se perder. Se fragmentar no próprio íntimo. Destruir qualquer base e alicerce de sanidade, de estrutura emocional e física. Aquele que se perde, se perde. Cai. Estou de pé, contrariando vossa vontade de me ver no chão - o desejo expresso abertamente de ruína, por pura tentativa de auto-afirmação, a fim de preencher um vazio - do qual erroneamente se cria admitindo um erro, um julgamento precipitado, uma pedra jogada em muitos alguéns.

Pare.
Do contrário, não se tem mais o direito de exigir por silêncio - quando o responde com fofoca e insatisfação da própria vida, em paralelo com a minha, vivida por mim, e não por você.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Overrated



Sabe um velho gordo, meio espanhol, meio fanho, que até quando peida, centenas de mais pessoas inúteis o vão venerar? Taí o titio Gabriel Garcia Márquez - que integra a minha lista das pessoas mais overrated que existem no mundo todo (junto com Chico Buarque, Stephen Hawking, Pedro Bial e Ash Ketchum). Superestimação desnecessária, fruto da falta de capacidade de assimilação de idéias e conceitos do ser humano.

Começo do mês, meu atual professor de (qual a matéria mesmo? é algo do tipo, noções de jornalismo) e também obeso e coordenador do curso de comunicação social - o mesmo que no semestre passado ficou na situação idêntica de mãe baiana (mulher, também gorda, cercada de criancinhas pequenas reclamando dos próprios irmãos, enquanto debaixo da saia desta, simultaneamente, dá o dedinho do meio e faz a outra chorar, a levando a fazer o mesmo, levando [sim, redundância] a repetir o que seu irmãozinho fez, levando [redundância de novo - estou muito afim de usar redundâncias hoje] um ciclo cíclico [terceira vez] de atitudes que se repetem, e que se resume numa só coisa: mimimi de gente tosca), em relação a minha turma. Daí, ele não se viu em posição diferente a não ser me atacar. Mas como o semestre mudou, coisas também mudaram. Agora ele me acha sagaz. :/

Era a primeira aula dele no mês, acho eu. Tema livre, é? Não. Ele é tipo, babaca. Passa um texto e quer que a gente leia o texto. Daí, ele impõe um resumo deste, pra saber se sabermos ( quarta vez - e sem colchetes, porque não estamos dentro de outro parenteses) do assunto abordado e o cacete. É, e eu o fiz.

Não vou profanar meu espaço colocando um texto boçal do Gabrial Garcia - Odin me livre disso. :/ Se quiserem lê-lo, use o Google. Aqui só dá eu. O que é meio óbvio, afinal, o blog é uma tentativa disfarçada de promoção de imagem às ocultas - de mim, pro meu nicho de fiéis apóstolos.



[...]



A melhor profissão do mundo – da ótica de um velho superestimado pela mídia e por esses mesmos profissionais: o conceito deturpado do jornalismo atual.


Quem mais? Gabriel Garcia Márquez.

Tão famoso e pomposo jornalista e escritor, em seu texto “A melhor profissão do mundo”, ao mesmo tempo em que exalta – e com razão – o doce ofício do jornalista, deixa sutilmente, descaradamente, nas entrelinhas de cada palavra de seu texto, que a profissão caiu na leviandade, ao ser mergida à um curso superior. Oh. The Oh.

Garcia Márquez, acreditando que estes, ao invés de servirem a seu propósito ‘original’; levar ao jornalismo, o reconhecimento acadêmico do qual tanto era digno, desvinculou-se de seu principal campo de atuação, os jornais, sendo que o principal objetivo de um curso de Comunicação Social é instruir e formar seu aluno ao vasto mercado que temos hoje, ao invés de limita-lo apenas à imprensa escrita – do qual Garcia Márquez lamenta, por motivos que não me interessei a questionar, por provavelmente ser tão desinteressante à mim quanto as suas obras, do mesmo calibre de Chico Buarque à música brasileira.

Garcia Márquez quis, e criticou o jovem que entra e depois sai de uma faculdade de Comunicação. Mas não soube discernir direito, problemas paralelos, vindos da qualidade de ensino da instituição e/ou do próprio interesse do aluno. Se agora se graduar em jornalismo, e exercer a profissão portando no histórico de vida um diploma é antiético, como o diz, o que será que ele tem a dizer sobre aqueles, formados ou não, mas que exercem o jornalismo de maneira suja, vulgar e destrutiva, alienante e que não serve a sociedade? Tal função do jornalista humanamente correto é essa, não? Ou Garcia Márquez irá ter de ditar fundamentos e referenciais agora?


Garcia Márquez – sinônimo de redundância. Aquele ser que coloca palavras difíceis, nada coloquiais e as joga numa suruba de orações desconexas e pouco objetivas, com a finalidade de ilustrar seus textos, mais desinteressantes que Machado de Assis, e tão valorizado quanto pela elite pseudo-cultural dos gabinetes de letras do Estado. Generalizar é um erro. Ser parcial também. Levar apenas um lado da questão.

Titio Garcia Márquez errou mesmo nisso. Buscou apenas aquilo que alimenta o ego. Sente-se traído por ter ralado desde os 19 anos sendo um reporterzinho medíocre, indo de café a bar enquanto ainda fazia direito – graduação do qual fazia a contragosto e que também, imagino, se esforçava na mesma proporção pra manter uma média boa. E cá estamos no seu texto.

Sentindo-se traído/encurralado/mal-amado/mal-comido pela própria área do qual ainda tem um caso tórrido e sexual de amor, por ela ter virado graduação. Sim, Garcia Márquez têm seu brilho, mas perdeu a moral comigo por fazer o brilho dos outros, de nós, estudantes de jornalismo, menor pra manter o próprio ainda aceso.

As instituições de hoje tem sim muito ainda o que melhorar. Ainda me pergunto por que eu tenho que ver uma matéria tão deprimente, insossa e vã como sociologia. Garcia Márquez quase fez um ponto positivo, ao dizer que em muitas de nossas faculdades e universidades, se ensina muita coisa, mas pouca coisa aproveitável. Mas isso é algo pra ser discutido por reitorias, professores, secretarias de educação e o escambau, mas não por Garcia Márquez – aliás, quem é ele mesmo?

O mundo evolui – quem se prende ao passado não se sincroniza com as mudanças constantes em todas as áreas do quais vivemos. Comunicação é uma delas. Jornalismo é comunicação, e comunicação não vive apenas do jornalismo. O bom profissional é aquele o mais completo possível da sua área de sua atuação. Não basta apenas ser um bom jornalista, mas um exímio comunicador.

Não é voltando 50 anos no tempo que magicamente, o jornalismo irá de deixar de ser bocó inútil e sem-graça pra pegar todo o esplendor, do qual o Sr. Garcia Márquez acredita.
Pode até ter sido uma época especial, de valores diferentes do qual possam ser resgatados e acrescentados ao mundo atual. Mas por favor, voltar no tempo, se prender àquilo que já aconteceu e não volta mais é inútil. Garcia Márquez queria sim, ter nascido em classe média alta, ter os pais pagando mil reais por mês numa faculdade e tocar o terror com todo mundo lá. Mas o desgosto de sei-lá-o-que que ele transparece e não esconde em mostrar é preocupante. Qual é o objetivo dele ao trazer em seu texto, uma crítica tão ríspida com o ato de se graduar em jornalismo? Não quero entender – a mim não faz diferença. Mas pra ele faz demais, afinal, quem é o incomodado? Quem é que falta morrer com a existência de instituições de ensino de jornalismo?

Não sou eu.



[...]



GG, GG.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Você Já Sorriu Hoje?



Eu tava fuçando meu PC - havia muita coisa do qual eu nem sabia que existia - em setembro, irá fazer exatos três anos que o tenho - precisamente, a memória do CPU, já que não o formatei ainda por falta de necessidade.

Vi muitas coisas interessantes. Imagens, mp3s, logs de conversas. Porém, algo específico chamou a minha atenção. Um texto que eu nem fazia idéia, MESMO, que eu tivesse... salvo?

Um texto tão oposto de mim - falando de alegria, de sorrir - de sentimentos tão banais do qual freqüentemente acabo desvalorizando.

Não sei quem escreveu - não sei também onde eu o peguei. Mas ele é sagaz demais pra ficar numa pastinha às escondidas aqui.



[...]



Você já sorriu hoje?

Como qualquer outro dia, eu coloquei a minha personagem do RO perto à fonte de Prontera enquanto eu continuava o meu estudo para terminar meu dever-de-casa.

Ocasionalmente, eu olhava minha personagem no monitor e percebi que uma multidão se reunia no local, abrindo janelas de chat e suas lojas para vender alguns itens. De repente, o tópico de um dos chats me chamou a atenção. Eu vi uma aprendiz do sexo feminino, sentada ao lado da fonte. Acima dela, na janela do chat, havia a frase: "Você está... sorrindo agora?"

Eu olhei para a sua sala de bate-papo onde muitas pessoas saiam de lá tão depressa quanto entravam. Todas saiam com uma expressão de "/..." ou uma linha "...". De vem em quando, um ia até ela com uma expressão de gratidão. De curiosidade, eu desloquei meu mouse e entrei na sala.

"Bom dia...”
Ela me cumprimentou com um discurso e tentou estabelecer uma torça comigo. Assumindo que ela era apenas uma nub que queria pedir por itens, eu cancelei o pedido de troca. Depois de mais outras tentativas eu decidi sair do chat. Quando eu estava para sai, ela disse. "Eu queria te dar uma coisa..." Eu olhei para as coisas que ela queria me dar. Era uma pequena flor. Sim.. Uma pequena e insignificante flor.

Eu fiquei confuso com o que ela estava fazendo e a perguntei a razão disso.
Lentamente, ela disse: "Que essa flor o faça sorrir.." "

"Hã? Sorrir?" Eu ainda não fazia idéia do que ela dizia.

"Bem, quando você estava jogando RO hoje, você ficou com raiva por causa de outros que agem como noobs? Você se sentiu chateado quando foi derrotado pelos monstros?"

Eu fiquei furioso quando eu lembrei que minha personagem fora morta devido ao ato de um irresponsável que estava com pouca vida.

"Então, você sempre fica nervoso com coisas assim?"
"Nem, nem preciso dizer..."
"Então.. por que você ainda joga RO?"
"...."

Meus pensamentos foram preenchidos por perguntas. Por que? Por que eu ainda estou jogando RO?

Quase todos os dias, eu ficava chateado por ações de nub, tudo sempre acabava assim e eu não quero isso, por que eu ainda estou jogando RO?

Eu comecei a pensar no motivo deu ainda estar jogando. Seria pelo nivel alto da minha personagem? Seria pelo grande quantidade de Zeny que eu coletei por todo esse tempo? Talvez... mas ainda não se encaixava na razão principal.

Eu lembrei dos tempos em que eu tinha minhas aventuras com meus amigos - o jogador de bom coração que me deu bons equipamentos quando eu estava começando; meu primeiro encontro com o Baphoment que acabara com todo mundo jogado ao chão, uma experiência tão engraçada. Eu também me lembrei do tempo em que os colegas do meu clã confortaram um amigo que havia errado um ponto de habilidade... e também quando nós fomos sortudos e achamos uma faixa fantasma e a usávamos para nos mostrar. Quantos momentos.

"Achou a resposta?" Ela perguntou.
"Humm..."
"Então, está sorrindo agora?"

"É..." Antes de eu perceber, eu me vi sorrindo, vindo do fundo do meu coração.
"Eu espero que essa flor o faça sorrir de novo" ela repitiu. "Quando você sorrir.. o mundo irá sorrir contigo"

Nós continuamos a conversar e acabei descobrindo que ela fora uma das primeiras pessoas que jogou RO. Porém, ela nao continuara a jogar devido a diferentes motivos.
Depois de quase meio ano, alguns amigos dela criaram uma nova conta e ela decidiu usa-la para dar uma olhada no mundo de RO cujo ela estivera fora fazia tanto tempo.

"Então, você vai continuar a jogar?" Eu perguntei ansioso, esperando que nos tornássemos bons amigos.

"Não, acho que não. RO mudou muito e não é mais o mundo que eu conhecia", ela respondeu "Eu só vim para dar uma olhada. E quanto a esta personagem.. Eu vou deleta-la assim que eu deslogar."

"Que pena."
"Pena? É só uma aprendiz."

"Não é isso que quis dizer.", eu disse "
Eu só fiquei triste porque não sei quando vou achar uma pessoa tão especial quanto você."

"Eu? Especial?
Eu sou apenas uma pessoa normal. De qualquer forma, obrigada pelo elogio."
Ela sorriu

"Eu estou saindo agora. Eu espero que você curta seu jogo."
"Adeus."

Após nos despedirmos, ela saiu. Acho que nunca mais a verei. Porém, a flor que ela me deu significa muito mais que o valor que ela tem.

Agora, a flor continua no meu inventário. Sempre que eu o abro, eu lembro do motivo ao qual eu continuo a jogar RO. E ao mesmo tempo, ela também carrega a lembrança da pessoa especial que fez essa flor ser tão significativa para mim.

"Você já sorriu hoje?"



[...]



Não.
(Cortei o clima? lol)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Contínuo



Pessoas passam por mim. Eu passo por pessoas.
Eu continuo minha vida. As pessoas, também. Mas de tão impactante minha presença, insistem ainda, em me ter dentro de cada umas - sendo isso de pouca ou nenhuma relevância.

Prazer. Eu sou uma ameaça. Ameaça à vida de muitos indivíduos mesmo.
Se não fosse, por que seria o íncomodo, contínuo e recorrente, pelas costas?

Todos deixam marcas em todos. Umas mais fortes, outras nem tanto. A importância de cada uma é dada ao portador do coração de cada um desses sinais. Assim como o direcionamento de sua própria vida - o que é bastante meio óbvio, vide lei de livre arbítrio.

O fato?
É. Você não cansa de falar de mim.
Já faz seis meses pra algum. Um ano ou mais pra outrem. Mas o que muda? A boca de quem fala. A intenção é a mesma. O aviso feliz: "Tome cuidado com ele. Ele é perigoso. Ele é isso. Aquilo. E eu estou falando dele, justamente pra você, que se relaciona com ele agora, pra ver se você pára. E por que? Vai fazer bem. Eu sei."

E a segunda pessoa - assimila ou não o que lhe é dito, e faz a sua escolha.
Uma utopia de mundo perfeito? Individualidade.

Eu não ligo pra ninguém.
Assim como não dependo, também.

E assim se vão conceitos, sendo deturpados ao longo de gerações, pra deixar a mente do ser humano limitada e presta aquilo chamado de sentimentos - maquiagem paliativa pra impedir o crescimento e ascenção a evolução do espírito, que só é atingida com as próprias pernas. Sozinho. Sem ninguém.

Amizade é um conceito atual subjetivo. Talvez até ultrapassado. É fácil demais chamar um ou outro de amigo. Por medo, carência ou questão de imagem. Uma auto-afirmação perdida, capaz de ser preenchida por autonomia da pessoa.

Ser feliz ou ser inteligente? Pra primeira, temos algo que parece um eterno e pleno estado de espírito - efêmero, que vai se esvairecendo conforme o horizonte do ser humano vai se expandindo - não apenas questão de consumismo material, mas também pela felicidade em si, não possuir um significado ou valor já determinado. Cada um é feliz ao seu modo, de forma que não há necessidade de usar de tal coisa pra fortalecer um tipo de status ao alheio. Se alguém te diz que é feliz, não é. Hipocrisia. Aquele que é feliz, é feliz no seu íntimo. Por si e para si próprio.

A inteligência, por outro lado, deixa a pessoa mais próxima da realidade, da verdade - daquilo que a cerca. A permite caminhar em direção de seu crescimento. Do erro, principalmente. O ser mais inteligente é aquele que mais tiver errado durante a sua vida - do qual pode compartilhar sabedoria de experiências vividas e se orgulhar de todas elas. Só do erro que vem a capacidade de ser humilde e de se colocar na situação de alguém julgado pelos outros. Aquele mais próximo da realidade, se realiza e se aproxima da auto-compreensão. Se eleva e distingue-se dos demais seres humanos a cada passo andado. Dois mundos diferentes, paralelos entre si. O limite do conformismo e aquilo que vai além desse limite.

Cada dia sou mais notado. Mais observado. E também, mais criticado. Preço talvez justo pelas minhas escolhas. O mundo não é mudado por qualquer um, qualquer mente, qualquer pessoa. Mas apenas por aqueles seres singulares, que conseguiram se mostrar fortes durante toda a sua história na Terra.