quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Review n' Interview



MSN. Um dos fakes do qual tenho. Estava por lá. Deixo-os ligados enquanto faço alguma coisa no PC. O que vier é lucro. Ou não.

Mas sairam palavras interessantes minhas. Afinal, o blog é centrado em mim, obviamente, o foco teria que ser eu, não?

Feliz isso então.

Por questões de faux-ética, o usuário do qual conversei será identificado como 'viado' - porque de fato, ele é um viado.




[...]



viado: vc tem muitos amigos?


rot: pra mim, é desnecessário ter vínculos


viado : porq? é bom.


rot: não me é relevante. logo, não vou correr atrás de algo que não me irá acrescentar


viado: vc só faz coisas relevantes?


rot: óbvio.
aquilo que me acrescenta algo, ou do qual saio ganhando alguma coisa. não existe 'despretensão' ou altruismo. é ingenuidade achar que sim. interesse é o que move esse lugar chamado Terra.


viado: nem tudo se faz por interesse.


rot: tudo se faz por interesse


[...]


viado: cmo vc se diverte?


rot: à custa dos outros lol
Falando sério, maioria das vezes, individualmente - lendo, jogando algo, dormindo, escrevendo; saindo e/ou perambulando por algum lugar


viado: não se diverte com outras pessoas? sem ser sexo?


rot: e sim, à custa delas; não necessariamente que elas estejam se divertindo junto.



viado: não sei, me diz; vc podia tentar as vezes, se divertir junto com as pessoas. é bom, tenta.





[minutos se passam em lenga-lenga em torno disso - emocionante]




rot: Viu como é útil discutir isso
Mudou a nossa vida


viado: tá, então fale de algo que mude minha vida.
ou a sua
já que parece ser tão egoísta(?)


rot: Como define 'egoísta'?


viado: bom, se divertir 'as custas' das pessoas é egoísta e fazer coisas q só interessam a você é egoista, talvez esteja enganado.


rot: Sou egoísta psicológico - se quiser dê uma pesquisada e divirta-se. Pra que pensar em terceiros? Não pagam minhas contas kthxbbye
E uma pessoa só é usada, quando ela se permite a isso. Simples assim.



[...]



rot: Eu não vejo pessoas. Honestamente falando, de maneira bem fria e calculista, eu vejo tudo e todos como 'usos' disponíveis. Pode ser uma troca, ou algo one-sided



viado: vc é sempre frio e calculista ou só as vezes?


rot: Maior parte do tempo. Considero emoção uma fraqueza, porque ninguém faz uso racional da mesma sem ficar insano e vulnerável.


viado: ninguém controla totalmente as emoções


rot: way to go. dá um autógrafo?
Ninguém TENTA controlar as emoções.
Existe uma consciência-coletiva de que ela é necessária e imprescindível pra que a humanidade não perca seus valores 'humano' - o que diferencia um homem de uma máquina? Vão dizer: emoções.
Mas a máquina também trabalha mais eficiente que o homem, se programada de acordo. E fim.

Compartilhar o mesmo meio que os homens é uma desgraça, de certa forma - e as máquinas são mais incompletas ainda, por não possuirem racionalidade - são apenas objetos a serem usados.
Mas o que torna o homem mais deprimente ainda é que mesmo com razão e emoção, eles não são diferentes de máquinas - são objetos a serem utilizados também.


viado: vc se considera utilizado?


rot: Não me permito. Só é usado quem quer.

A fraqueza dos homens projecionam uma necessidade de 'servir', pra dar um objetivo em cada vida dessas pessoas que não possuem um direcionamento específico.


viado: vc não tem emoções pq não quer servir então? ou só pq asha irrelevante?



rot: Não me acrescenta, me deixa vulnerável - a maior verdade é essa, você se expôe muito a troco de nada, de coisas incertas do qual não dependem de você pra qualquer tipo de resultado a curto e longo prazo. Mas falando sério, não ter emoções é radical demais. A maior prova disso é que eu sinto raiva e nojo dessa escória chamada humanidade.

Eu sirvo a mim mesmo. E é a melhor coisa que eu possa fazer pra mim, principalmente.

Se cada um o fizesse, as pessoas seriam menos inseguras e com mais propósitos de melhorias a si próprias - consequentemente, atingindo um meio coletivo.

As pessoas em gerão são usadas - e esse é o grande trunfo que rola aqui na Terra. Líderes mundiais, suas potências - tudo lacrado à sete chaves - manter a ignorância nas pessoas é o principal controle pra que estas não descubram uma capacidade dentro de si de se destoarem de um coletivo fraco e insosso - genérico, ignóbil e controlado.

Com certeza o mundo seria mais feliz numa utopia dessas, mas não é de interesse de quem controla um bando de macacos, perder a obediência deles, não?



[...]









Post-Sciptum:

Há um bom tempo desde quando houve essa conversa; com o que venho colocar aqui agora. Tanto tempo; que nem me lembro de detalhes da pessoa.

Sequer me lembro porque conversei com ela; visto que, pelo meu timbre, eu não estava com um humor um tanto amigável.

Mas preservo o texto; sem qualquer alteração, por puro valor literário - mesmo que meu raciocínio de hoje seja levemente diferente, essa conversa me surpreende e sempre me faz pensar - o que é algo bom.

Vínculos não são de todo ruim. Aprendi isso, felizmente.

O que há de ruim em vínculos são se eles são sustentados em qualquer outra coisa que não seja amizade, respeito, cultivo e amor - quatro elementos fundamentais para o sucesso de qualquer relação.

O quinto elemento seria a conversa - mas é algo óbvio e interente também.



Vínculo é algo delicado; porque não depende apenas de você. Independente, sempre faça a sua parte - porque o seu vínculo com a sua consciência e livre-arbítrio, esse sim, só depende de ti.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Gangorreando



É preciso ter muita coragem pra se livrar de tudo que o cerca.
É preciso acreditar em ciclos e temporadas - de não ter medo de jogar aquilo que é velho fora, de ficar sem nada pra adquirir novas oportunidades e experiências a cada dia novo.

Já fiz isso uma vez. Numa sub-vida.
Agora faço de novo, na vida em específico.



[...]



Vínculos são coisas tão feias, bobas e efêmeras - todos acabam um dia - e ainda assim, pessoas insistem num eterno - em votos de amizade, de amor que perdurariam à morte e qualquer obstáculo maior no decorrer de um caminho - ironicamente em si, não é a morte, ou obstáculos que perduram um 'fim' em qualquer elo - mas sim ele próprio que se rompe, sem a ajuda de nada e de ninguém.

É como uma gangorra - ela requer dois pesos pra funcionar, sem um, não haverá uma segunda força fazendo pressão sob a outra pra que o objeto funcione da maneira do qual foi designado. Simples, não?

Pode chover, cair granizo - vir uma tempestade de areia, acontecer um tiroteio - o que quer que seja de externo: se as duas pessoas quiserem continuar na gangorra, fazendo-a funcionar, ignorando qualquer coisa que não interfira com a tal atividade, ela continuará sem cessar - e de maneira feliz. Se por ventura, uma das pessoas for baleada num tiroteio e morrer, o vínculo cessará de certa forma - não haverá mais um peso: caso exepcional de vínculo rompido, o que contradiz a idéia original do texto. Sim, generalizar é feio, mas é o objetivo aqui.

Talvez não o melhor dos exemplos, mas é bem melhor eu mesmo apontar uma falha nele do que um terceiro, querendo usar dela um pseudo-argumento pra destruir minhas idéias. Então tá.

Então, vamos desconsiderar a morte aqui - assunto pessoal e filosófico, o que pode bem significar um 'fim' ou uma continuidade - o que deixo à conclusão de cada um.

Voltando ao exemplo da gangorra;
Duas pessoas estão nela - e oh, como eles AMAM ficar na gangorra. O tempo todo. Yay.
E isso dura algum tempo... assiduamente, essas duas pessoas vão pra gangorra, e são felizes lá. Começam juntos, e obviamente, acabam sua sessão de diversão juntos. Gangorra é um objeto de uso dual-only.

Depois de tanto usarem a gangorra, ela fica velhinha, tadinha - de tanto ser usada, ela se desgasta - e ficar nela se torna difícil: há incômodos, muitos incômodos - a gangorra é diferente de como ela era antes quando vós começavam a brincar nela. Ela era nova, bonita, cheia de expectativas e memórias para viver - agora, ela é um objeto se deteriorando, do qual são necessários reparos pra que ela continue feliz.

Vínculos, alguém? Amizades? Amor? SIM. É a mesma coisa - com a exceção de que objetos inanimados me deslumbram mais que os seres humanos em si, mesmo sendo tão iguais, por fora e por dentro: por fora, frios, superficiais e usáveis, e por dentro, ocos.

Mas eu ainda gosto mais da gangorra.

E como se dizia, ela ficou velhinha, fudida, precisando de reparos - assim como se corroe num vínculo também. Em ambas as situações, quais são as alternativas?:

1] se brinca na gangorra até o momento que ela se estraçalhar toda de tão desgastada e ferrada de que ela tá - seus fragmentos saem pelos ares, acabam atingindo alguém, há no mínimo um alguém machucado por conta disso, e a gangorra se torna lixo e sucata - inusável perpetuamente. E a única lembrança existente é um pedaço de merda que um dia foi algo bonito, memorável e compartilhado por duas pessoas. Fim.

2] os usuários da gangorra (ou simplesmente apenas um, não importa tanto), analisa a situação: "essa coisa tá uma bosta, ficou uma merda e eu to pouco me fudendo - não vou ficar numa porra dessa mais" - e a[s] pessoa[s] sai/em dela. Obviamente o primeiro caso é menos deprimente: normalmente quando ocorre o segundo, se demora um bom tempo à outra pessoa pra que ela se dê conta que uma gangorra sozinha não faz nada nem diverte ninguém. E quando alguém sai dela, dificilmente diz algo pra outra. É como o dito inglês: "some things are better left unsaid."

A gangorra? Ela continua fudida e abandonada. Sim, ainda é possivel que ambos (lol), voltem pra ela e continuem suas atividades como sempre faziam, mas não é a razão que motiva isso, e sim inúmeros sentimentos e emoções tolas (emoção em si é algo tolo, já pode me chamar de Homem-Lata do Mágico de Óz - com a exceção de que não procuro um coração, obrigado), do qual se merece destaque a nostalgia, depressão e falta de auto-confiança.

3] A gangorra tá pedalando às condições já dadas e repetidas pelos outros exemplos. Alguém percebe (oh), e num súbito (ou não) desejo de querer brincar na gangorra com as mesmas condições fodásticas e pomposas de antes, propões algo: "vamos reforma-la."

Daí, há duas alternativas diferentes: vou primeiro da mais feliz delas, pra depois descer o cacete na segunda, que é a mais desprezível imaginável.

3a] Não importa como: se a primeira pessoa que notou e teve a idéia de uma reforma avisou a outra, se ambas perceberam juntas ou se vieram mafiosos das Ilhas Maurício com armas apontadas na cabeça de cada um os forçaram a fazê-lo - as duas pessoas decidiram fazer a reforma junta. O que é legal: duas cabeças trabalham melhor do que uma, e de maneira lógica, o resultado sai mais rápido na maioria das vezes. Yay de novo.

3b] Também não importam os motivos: a pessoa vai fazer a reforma sozinho. Demora mais, leva mais trabalho, tempo, paciência e dedicação do que qualquer outra coisa, e o resultado pode até ficar semi-semelhante à forma original da gangorra - mas cedo ou tarde, ela ficará fudida de novo (e o mesmo acontece MESMO se ambos trabalharem juntos em sua reforma). Não consegue ver a diferença do 'a' pro 'b'?

Existe alguma garantia de que, se apenas uma pessoa trabalhou pra reformar algo usado por duas, receberá ajuda da outra para o conserto do brinquedinho utilizado por ambos? Não, não há - mas quem sabe, na pior das hipóteses otimistas? Mas dificilmente. E sim, se você faz a reforma sozinho sempre que a gangorra quebra e despenca, parabéns: você é um idiota. Dumbass.

E você, reformando em conjunto com a outra pessoa, ainda vê sua gangorra rangendo breves momentos após? Continue consertando ou chute à gangorra de lado: já deve estar tão velha, fedida e intulizada que se você por a sua bunda nela de novo, vai começar a doer. Da gangorra, o que era esporte, vira conformismo - vira rotina, porque existe o medo de que uma vez nela, nada seja tão bom quanto ficar com ela. NADA.

Já brinquei de gangorra - de fato, até sozinho: várias e várias delas; ando no playground chamado 'vida' freqüentemente procurando diferentes gangorras para uso experimental - e me divirto comparando a duração de sua vida útil. Do começo e do fim, daquilo que vi e experiencei cada vez que ela subiu e desceu.

Desci da mãe de todas as gangorras hoje. Por mais que no alto você ache que dê pra ter uma dimensão de tudo daquilo que vê, somente no chão tal dimensão se torna proporção: você com os pés no chão, com sua cabeça olhando em frente - ao invés de pra cima ou pra baixo, consegue enxergar aquilo na sua cara - a realidade. Na gangorra você não vê realidade, mas sim a própria de seu brinquedo - você e mais alguém, em esforço conjunto, indo e descendo, continuamente, até alguém dizer 'chega'.

Sem mais de pseudo-necessidades que nunca foram minhas com o objetivo de encontrar um porquê nos outros.
Sem mais motivo pra continuar gangorreando: a vida em si passa, é efêmera e possui um dimensionamento único pra cada ser humano. De maneira egoísta, sigo o meu, e fico fiel a mim mesmo, a única pessoa que sei do qual não irá me dar as costas.

O caminho não é a gangorra.
Mas a gangorra pode ser o caminho de muita gente.