sábado, 16 de agosto de 2008
Clean State
Será que simplesmente falo mais em "ódio" do que amor?
Negativo ao positivo, mesmo eu sendo uma pessoa, naturalmente... feliz e otimista? (sim.)
Se você olhar direto no abismo, o abismo te olha de volta.
Não que eu procure o ódio, as trevas, a infelicidade. Mas a melhor forma de entende-lo é enfrenta-lo sem medo, da forma mais direta possível.
O desafio não é mergulhar no piche, e sim sair lúcido dessa lavagem cerebral.
A exigência de ser amado é a maior das pretensões. Ninguém quer ser odiado. O humano já teme o amor, quanto mais o ódio.
O humano não sabe lidar consigo mesmo - não consegue se amar. E não se dá ao luxo de se odiar um pouco - de se criticar. De estuprar sua psique ao máximo, desnudando todo o 'eu' dentro do íntimo. Todos possuem medo das trevas. É inadimissível que tenhamos trevas dentro de nós, não? Mas só conhecendo essas trevas que nos conhecemos - nossas origens, nossa sombra - o princípio primordial de nossa natureza humana. O humano não é deste mundo: veio para buscar nele um aprendizado maior.
Abrace o monstro dentro de você - não tenha medo dele. Ele parte dessa essência que você precisa transmutar. A mais sincera e por incrivel que pareça, a mais bonita de dentro de ti.
Ele é você como veio ao mundo - rústico e erudito, tal qual como um diamante bruto esperando ser lapidado. As convicções hipócritas da tão-dita verdade são mais perigosas que a mentira.
E que mentira?
Tudo aquilo que não é verdade - tudo aquilo que é contra a lei do "bem religioso".
Abrace a mentira dentro de você. Cultive seus demônios. Os domine. Seja o juiz da sua vida. Não há limites - eles apenas existem se deixarem que sejam impostos. Não há vitória contra a vida - deve-se existir harmonia e auto-controle. Conhecendo tudo aquilo que lhe é treva; transformando-o em luz e aprendizado.
E o Diabo Canta
E o diabo canta enquanto Deus não escuta e não faz questão de ver;
O diabo canta enquanto o homem xinga à própria sorte, culpa Deus de ser injusto e não misericordioso.
O inferno brilha com o devaneio do ser humano: o desespero é alegria, a tragédia é a rapsódia que toca no IPod do demônio: o homem esquece de Deus, esquece de si mesmo; de seu livre arbítrio, de sua fé e de sua própria origem. E vira graça da própria ignorância, instrumento do mal que acaba procurando. Servindo ao diabo, o homem regozija-se - não é mais dono do próprio destino, porque ele nunca foi merecedor deste último.
E o diabo canta alegremente. É procurado. É idolatrado e venerado. Ele é bem vindo no coração dos homens. Sua chegada vira festa, seus atos se transformam em gozo. Sua presença é mais que requisitada: ela é a luz trevosa que a humanidade deposita suas esperanças.
O mal é semeado nos lares das famílias da Terra, cai em desgraça valores fervorosos. Em desuso entra respeito, o medo da morte continua em cada leito. O ser humano se contradiz, procurando seu fim, e temendo ainda o fim de si próprio. Procura a morte pra se salvar do mal, ora procura o mal pra se salvar da morte e ser imortal.
Enganam-se a si próprios: o mal é cada um.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
A Miséria Adora Companhia
A infelicidade é que une os seres humanos, nota?
Pessoas felizes são independentes, auto-suficientes - amigas da solidão desejada, do momento à sós consigo mesmo - unindo produtividade e consciência de si e do mundo lá fora. Não é necessário ser misântropo. Transceder os próprios limites é deixar o lado humano de si - o bom e o ruim.
Não é tentar ser Deus - apenas dominar a própria capacidade evolutiva. E sem depender de nada nem ninguém.
Enquanto ouver o diabo no imaginário das pessoas, ou o Deus injusto - ou simplesmente, a falta de crença em ambos, as pessoas terão medo. Medo de virar pó, ir pro tão-chamado Inferno ou simplesmente agonizar num quartinho mofado e feliz sozinho - o medo move os seres humanos; adiciona desejo à linha do tempo de cada um.
E todos seguem seus medos - todos se unem pelo medo, pela tragédia, pelo infortúnio coletivo. Banais se encontram, num mundo de iguais: onde todos são fracos e miseráveis.
Solidariedade? Utopia. É medo. Medo de ficar sozinho.
Casamento? Sexo freqüente sem necessidade de justificativa. Filhos? A necessidade moral de procriação. O prazer é negado, o lado humano mais profundo e também mais negro, também. Medo de adentrar-se nas origens de cada sentimento e sensação. Medo de viver ao máximo à vida, que constantemente, limitada por regras do quais sempre se querem quebrar.
Ser diferente não é mais é ser autêntico. Ser diferente é modismo, numa busca deturpada às avessas da aceitação - uma busca de um desafio à ordem, que sem sucesso, só resulta em vexame e fracasso.
Pessoas se aglomeram. A miséria adora companhia. Ela te quer. Vai bater na sua porta e não limpar os pés no tapete, mas sim em você - e sem cerimônia, ela tenta te dominar. E consegue.
O ser humano não tem ainda a nirvana da inteligência emocional - e pra sanar isso, embarca numa jornada quantitativa. Esperando que a quota da I.E seja suprida na mesma demanda de um resultado de auto-conhecimento. Falha. Falha e conflito. Quando se quer ser aceito, mas ir contra tudo e todos.
Realidade é a miséria: você foge; você acaba participando de um mundo que não é justo - de um mundo efêmero que se acaba quando seus órgãos param de funcionar. Ninguém vai ser justo com você - fato. Mas ainda é de importância desenvolver uma moral egoísta - indulgência é Deus - Deus na Terra são nossas atitudes.
Somos o Deus da nossa vida. Se ela é miserável, fruto do seu Deus - livre-arbítrio cego, sem rumo, afogado num viés orgulhoso e covarde.
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