quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Incrível o quão fácil é destruir algo.


Tão fácil; que basta apenas uma atitude ou palavra mal-dita; tornando-se enfim maldita, para que caiam máscaras e personas caiam; para que todo o respeito se perca - para que todo o amor que existia passe a parar de pulsar.

Amor não é difícil. O ser humano que complica; que faz questão de se sabotar por puro medo: medo de descobrir que não existem dificuldades maiores do que o cultivo mútuo do amor.

Amor não é cobrança; nem alimento do ego. Não é título ou preenchimento de um vazio que só o próprio indivíduo pode suprir. Amor é respeito e partilha: dar sem pedir nada em troca.

Amor também é desinteressado: você o dá sem intenção de recebe-lo de volta. Se genuíno o amor, você o recebe em dobro. Se verdadeira a recíproca; não há o que justifique ter dúvida e receio - porque o amor é maior que qualquer insegurança e fragilidade.

Amor é amor incondicional - não existe "meio amor" ou "só um pouco" dele. Você ama ou não ama. O verdadeiro amor transcede distâncias, diferenças, defeitos e dificuldades. O amor em si é a maior prova de vitória que poderá ter frente à qualquer problema.

Amor é o que eu sinto por você; até os dias de hoje. Amor que independente de idealizações ou utopias. Amor que nasceu quando descobri que sim, você é uma pessoa boa e capaz. Amor que não morre; mesmo com cada palavra e gesto que me machuca. Amor que não precisa de mais nada para existir; nem mesmo do seu em troca.

Destruiu-te assim, tão facilmente: cego por viver num mundo de fantasias onde pessoas não são reais - onde cada alma-gêmea é de fato gêmea em todo pequeno detalhe. Mundo de fantasia onde não existe individualidade e livre-arbítrio; prisão perpétua das próprias amarras que coloca dentro de si para não sofrer.

Destruiu-te assim, esquecendo da própria felicidade. Esquecendo de que não vivemos em função do nosso próximo. Esquecendo de tudo que fizemos quando eu acreditava que realmente me amava; esquecendo também que ambos prometemos nunca desistir.

Destruiu um futuro; destruindo o presente: tamanho era o medo dentro do seu coração; de talvez ir contra tudo e todos em nome do nosso amor. Medo de nunca mais ser aceito; nunca mais ser procurado, de ser esquecido. Medo de cravar a própria independência e uma etapa nova na própria vida.

Pior ainda: destruiu a própria autonomia e amor-próprio; quando submete-se à aprovação de terceiros para guiar o próprio livre-arbítrio. Não adianta ama-lo - é preciso que todos os demais confirmem isso para você.

Destruiu com mais ainda sua força interior; quando em suas atitudes deixa-se dominar pela fraqueza e pela opinião alheia. Quando és tão cego; que muitos dos que lhe são próximos não hesitam de prestar-lhe um olho - usando-te como melhor conver; para preencher também, o vazio abissal de cada um destes.

Destruiu também os próprios conceitos não só de amor; mas também os de amizade - quando não apenas duvida de mim; mas dos tão ditos amigos. Amizade, assim como amor, não prende - não é egoísta: ilumina nossos caminhos; aquece nosso coração - e tem como único objetivo a felicidade mútua de cada envolvido.

Destruiu tanto - e em tão pouco.


Terá de construir cada conceito e ensinamento sozinho. Do contrário; permanecerá em ruinas - aos pedaços. Fragmentado e confuso; repelindo qualquer chance de ser feliz de uma maneira inteligente e saudável.

Evolução não se força. Fica a seu critério.